A um mês da Copa do Catar, Anistia Internacional alerta sobre "abusos em larga escala" de imigrantes
Organização cita jornadas de trabalho superiores a 18 horas por dia e vestígios do "kafala", polêmico regime análogo à escravidão que foi abolido em 2020
Às vésperas da Copa do Mundo de 2022, o regime brutal de trabalho para os imigrantes no Catar volta ao centro das atenções. Em relatório divulgado nesta quinta-feira (20), a Anistia Internacional alerta que, apesar de melhorias recentes na legislação local, os abusos com trabalhadores imigrantes seguem ocorrendo em “larga escala”.
A Anistia afirma ainda que encontrou vestígios do kafala, o polêmico sistema trabalhista considerado análogo à escravidão que é adotado com imigrantes em vários países do Golfo Pérsico mas que foi oficialmente abolido do Catar em 2020.
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Segundo a Anistia, há relatos de trabalhadores com jornadas superiores a 18 horas por dia e sem direito a folga semanal. O relatório afirma ainda que não houve investigação suficiente sobre milhares de mortes de trabalhadores da construção civil na última década. O setor viveu um boom com a construção de estádios e infraestrutura para a Copa e usa quase integralmente mão de obra imigrante.