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Futebol

Adriano conta como morte do pai afetou vida e carreira no futebol

O jogador estava em Milão, nove dias após conquistar o título da Copa América de 2004, quando recebeu a notícia da morte de seu pai, Almir, após um ataque cardíaco

Adriano, na época em que jogou pela InterAdriano, na época em que jogou pela Inter - Foto: Divulgação

Afastado dos holofotes nos últimos anos, o ex-atacante da seleção brasileira Adriano, 39, concedeu um depoimento ao site The Players' Tribune no qual repassou toda a sua trajetória no futebol e falou também sobre a morte do pai, episódio que afetou profundamente a sua vida e, por consequência, a sua carreira. O jogador estava em Milão, nove dias após conquistar o título da Copa América de 2004, quando recebeu a notícia da morte de seu pai, Almir, após um ataque cardíaco.

"No intervalo de nove dias, eu fui do dia mais feliz para o pior da minha vida", afirmou o ex-jogador, que na época defendia a Internazionale (ITA). "Eu realmente não queria falar sobre isso, mas vou te dizer que, depois daquele dia, meu amor pelo futebol nunca mais foi o mesmo. Ele amava futebol, então eu amava futebol. Simples assim. Era meu destino. Quando joguei futebol, joguei pela minha família. Quando marquei, marquei para a minha família. Então, quando meu pai morreu, o futebol nunca mais foi o mesmo."

Revelado pelo Flamengo, Adrianou conquistou quatro títulos italianos com a Inter, além de duas Copas da Itália. O apelido "Imperador", porém, começou a pesar. Em 2008, apesar de ídolo da torcida interista, o centroavante decidiu retornar ao Brasil. No país, defendeu o São Paulo e, no ano seguinte, retornou ao Flamengo para conquistar o Campeonato Brasileiro de 2009.

"Sim, talvez eu tenha desistido de milhões. Mas quanto vale a sua paz de espírito? Quanto você pagaria para ter de volta a sua essência?", afirmou o carioca, sobre o seu retorno ao país mesmo em alta no futebol europeu. Adriano admite que recorreu ao álcool para diminuir a dor da morte do pai, mas diz que nunca usou drogas. E critica quem o questionou por sempre buscar refúgio na favela da Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, onde nasceu e foi criado.

"Ganhei muito dinheiro na minha carreira. Mas quanto dinheiro você pagaria para se divertir de novo?, diz o Imperador.
"Se quiser testar -te juro por Deus-, você não vai encontrar droga nenhuma no meu sangue. O dia em que eu usar droga é o dia em que minha mãe e minha avó vão morrer. Bebida alcoólica? Ah, isso vai dar mesmo, bastante, até porque eu gosto de tomar um danone", brincou o ex-jogador.

Em 2011, Adriano assinou contrato com o Corinthians, e atuou pela equipe no Brasileiro daquela temporada. Uma lesão no tendão de Aquiles, contudo, fez com que o atacante passasse mais tempo no departamento médico do que em campo.
"Cara, eu sabia que ali [com a lesão no tendão] estava tudo acabado pra mim, fisicamente. Você pode fazer uma cirurgia, reabilitar e tentar continuar, mas nunca mais será o mesmo. Minha explosão se foi. Meu equilíbrio se foi. Merda, eu ainda manco. Ainda tenho um buraco no tornozelo. Foi a mesma coisa quando meu pai morreu. Mas a cicatriz estava dentro de mim."

Além de Flamengo, São Paulo e Corinthians, Adriano também defendeu no Brasil o Athletico. Na Itália, atuou por Fiorentina (ITA), Parma (ITA) e Roma (ITA), e terminou a carreira no Miami United (EUA). Com a seleção, foi campeão da Copa América em 2004 e da Copa das Confederações em 2005. Fez parte do elenco que disputou o Mundial de 2006, na Alemanha, torneio no qual a equipe de Carlos Alberto Parreira foi eliminada nas quartas de final, pela França.

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