Afirmando que Santa Cruz "é Flamengo do Nordeste", Mancuso diz que presidente tricolor trava SAF
Mancuso elogiou a torcida do Santa Cruz e projetou clube com poder de escolha entre treinadores de ponta
O ex-jogador de futebol Alejandro Mancuso, que acumula passagens por equipes como Santa Cruz, seleção argentina e Boca Juniors, revelou estar intermediando a possibilidade de instaurar a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Santa Cruz. O entrave, no entanto, é o atual presidente do clube, Antônio Luiz Neto.
Mancuso detalhou que um grupo de investidores, composto por sócios do Brasil, Ásia e Europa, tenta investir no clube pernambucano, mas encontra resistência por parte dos atuais gestores, que insistem em participar da nova empreitada.
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“O grupo quer entrar na SAF, mas não quer ficar com o pessoal que está lá. Eu não sei o que o presidente quer fazer, mas ele não responde aos nossos pedidos. Ele tá falando que está acertado com a SAF, só que ele quer ficar, mas o pessoal que está comigo quer mandar todo mundo embora. Ele quer fazer a SAF e ficar, ficar por quê?”, questionou Mancuso.
Ele também pregou a falta de autonomia para gerenciar o futebol como uma “barreira” natural entre os investidores.
“Se eu ligo e o presidente não atende e quer fazer a sua ‘panelinha’ para ficar lá dentro, vai ficar do mesmo jeito. O Santa Cruz não precisa desses caras, porque se está na fase que está é porque está tudo errado. Tem que ter mudanças drásticas. Que ele fique, mas deixe a gente tomar conta do futebol. Todo mundo que chegar vai ser assim e vai falar a mesma coisa. Vai entrar, pagar a dívida e dizer para todo mundo que trabalhou mal ir embora”, ponderou.
Tendo defendido a camisa do Tricolor do Arruda na temporada de 1999, Mancuso comprovou não ter esquecido o carinho que recebeu vindo das três cores e fez um paralelo com uma equipe carioca de destaque.
“Eu gosto para ca*** do Santa Cruz e gostaria muito que ele se colocasse no lugar que merece. Amo a torcida, que sem dúvida é maravilhosa, é fantástica. Para mim, o Santa Cruz é o Flamengo do Nordeste. É preciso chegar um pessoal firme e que todo esse pessoal que está aí e não funcionou, vá embora. Caso contrário, fica difícil começar do zero”, disse, antes de traçar os primeiros passos para um cenário equilibrado, na sua visão.
“Tem que colocar dinheiro, deixar todo mundo em dia, sanar as dívidas e trabalhar com profissionais bons. Não tem outra história”, complementou.
Citando a chance de participação de outros dois ídolos da Cobra Coral no processo de trabalho na SAF, o ex-atleta projetou desempenho financeiro suficiente para a contratação de nomes bons para área técnica, por exemplo.
“Não adianta, po**a, você continuar com os caras que não conseguiram fazer nada. Desse jeito, se todo mundo quer ficar para virar SAF, não dá, aí continua a mesma coisa. Depois dá pra trazer nomes como Ricardo Rocha e Grafite, pra trabalhar na boa. Dá para escolher o melhor treinador e uma comissão técnica muito boa. É deixar as contas todas acertadas e vamos para cima. O Santa é muito grande, muito”, enfatizou.
A reportagem da Folha de Pernambuco entrou em contato com Antônio Luiz Neto, mas não obteve respostas até a veiculação desta matéria.