Análise mostra que seleção feminina de vôlei depende da força do ataque para pontuar
Entre os semifinalistas, o Brasil é o que mais marcou com ataques
Mantido histórico nestes Jogos de Tóquio, as brasileiras da seleção de vôlei dependerão muito dos pontos de suas atacantes nesta sexta (6), a partir das 9h, quando enfrentam a Coreia do Sul na busca por uma vaga na final. Já as asiáticas costumam pontuar mais que as demais com erros das adversárias.
A reportagem analisou como pontuaram todas as seleções femininas que disputam o torneio. Entre os semifinalistas, o Brasil é o que mais marcou com ataques (63% dos pontos). Trata-se de um percentual inferior apenas ao do Japão, que obteve 66% e caiu na primeira fase. Já a Coreia obteve 59% dos tentos nesse fundamento. No bloqueio e no saque, brasileiras e coreanas apresentam patamares semelhantes.
Leia também
• França vence Argentina e garante medalha olímpica inédita no vôlei masculino
• Seleção de vôlei masculino promete disputar o bronze nas Olimpíadas como se fosse ouro
• Brasil perde para russos e disputará o bronze no vôlei masculino
Em erros do adversário, a Coreia se destaca: 26% da sua pontuação vem daí, maior patamar entre as semifinalistas, que também incluem Estados Unidos e Sérvia. É uma das equipes que mais fazem as rivais errarem o ataque –outras formas desse quesito são erros de saque e de recepção.
O Brasil, por sua vez, obteve apenas 21% de sua pontuação em erro das rivais.
Um ponto forte nas estatísticas brasileiras é a presença de quatro jogadoras do time entre as dez maiores pontuadoras do campeonato. A Coreia possui apenas duas. Esse aspecto pode compensar um eventual dia ruim de uma jogadora importante, como a brasileira Fernanda Garay, terceira maior pontuadora da competição (115 pontos). Na lista das top 10 ainda estão Gabi (84), Caroline Gattaz e Ana Carolina (63).
Logo após a vitória contra as russas, pelas quartas de final, Garay afirmou que a vantagem do time é que, "se o adversário se prepara para marcar uma jogadora, vem outra que pode ajudar, incluindo quem está no banco". Naquele jogo, Rosamaria saiu da reserva e foi a maior pontuadora ao lado de Gattaz (16 pontos).
Se a variedade de jogadoras pode ser um trunfo para o Brasil, a Coreia tem outro: Kim Yeon-koung é a segunda maior pontuadora da competição, com 115 tentos –23 a mais que a melhor brasileira. A coreana, de 33 anos e 1,92m, é considerada por especialistas como a melhor atacante do mundo. Em Londres-2012, foi eleita a melhor atleta da competição feminina de vôlei.
A reportagem analisou também a velocidade dos saques das equipes olímpicas. Brasileiras e coreanas tendem a ter os serviços mais concentrados na faixa entre 60km/h e 70km/h, com leve vantagem na velocidade para as asiáticas. Ana Carolina é a jogadora do time nacional que mais ultrapassa os 70 km/h –ainda assim, a maioria dos seus serviços fica abaixo dessa marca.
Uma equipe que destoou foi o Comitê Olímpico Russo. A maior parte dos serviços da equipe está entre 80km/h e 90km/h, e um número considerável acima dos 90km/h. Essa potência toda, porém, não se reflete em pontos direto de serviço: as russas marcaram 5% dos seus tentos nesse quesito, mesmo percentual de brasileiras e coreanas, ainda que um serviço bem executado, se não rende ponto direto, pode ajudar na sequência da disputa.