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Santa Cruz

Após ação judicial, Santa Cruz apresenta lista de sócios em sigilo

Segundo o despacho assinado na última terça pelo juiz Marcus Vinícius Nonato, o clube deveria publicar lista de sócios completa num prazo de 48 horas sob pena de multa diária no valor de R$ 40 mil

Torcedores em protesto no Arruda pedindo reforma no estatutoTorcedores em protesto no Arruda pedindo reforma no estatuto - Foto: José Britto/Folha de Pernambuco

Após mais de dois anos do início do pleito para a Reforma do Estatuto, torcedores e integrantes da Comissão de Reforma estatutária seguem, ainda em 2020, na tentativa de mudar o regimento interno do Santa Cruz. Nesta terça-feira (14), após ordem judicial assinada pelo  juiz Marcus Vinícius Nonato, da Seção B da 12ª Vara Cível da Capital, o clube apresentou, de forma sigilosa, a lista completa dos sócios votantes e não votantes nas próximas eleições, que devem acontecer em dezembro deste ano.

O documento não foi publicado em nenhum meio de comunicação do clube, mas sim, destinado ao advogado e um dos líderes do Movimento Intervenção Coral - grupo formado por torcedores do Santa a favor da Reforma do Estatuto -, Jhonny Guimarães, representante do autor da ação. Sendo assim sua divulgação de caráter sigiloso. O Santa explica o pedido de sigilo como forma de proteger os dados pessoais dos sócios contidos nas listas. 
 
Em um trecho da apresentação da lista, o clube destaca que, “recebeu a decisão judicial no sábado, e em face da pandemia da Covid-19, os funcionários estão em suas casas, bem como as demais atividades do clube estão paradas, havendo dificuldade no cumprimento de atividades rotineiras, bem como da decisão judicial”.
 

Na última terça, através da ordem judicial, determinou-se que a institução apresentasse informações como associados votantes e não votantes, data do último pagamento, CPF, RG, categoria em que se encontra no quadro associativo, data de associação, etc. Caso a decisão tivesse sido descumprida, uma multa no valor de R$ 40 mil diários seria aplicada ao clube. Duas listas, portanto, foram apresentadas pelo jurídico do Santa Cruz nesta terça. Uma, atualizando a lista de sócios votantes publicada no dia 31 de janeiro deste ano, contendo apenas os sócios com direito a voto nas eleições de 2020. E a segunda, contendo os sócios adimplentes e os inadimplentes, cadastrados no sistema atual do clube, e, também, os sócios com direito e sem direito de participar da votação nas eleições de dezembro. 

“É uma pequena vitória, mas é sempre um passo adiante no caminho principal, que é reformar o estatuto e moralizar as eleições. Essa apresentação de lista é só o primeiro passo de um recadastramento completo. O juiz determina que após a apresentação da lista, o clube inicie, num prazo de 60 dias, para recadastrar todos os sócios”, comemorou Jhonny Guimarães. 

De acordo com o advogado, o IPC deve analisar a lista coompleta até esta quarta (15). Após o término dessa análise, será feita uma deliberação e, por conseguinte, a solicitação do recadastramento dos sócios. "Também deixo aberto a possibilidade de o clube entrar em um acordo, para que a gente consiga fazer isso de forma menos traumática. Mas se o clube não se empenhar em fazer essa limpeza, a gente vai ter que fazer judicialmente", complementa. 

A divulgação da lista na íntegra, solicitada na justiça pelo IPC, serve, também, como aparato para a convocação da Assembleia Extraordinária de sócios, que, quando convocada, votará a aprovação ou não da Reforma do Estatuto do Santa Cruz. 

Confira abaixo os documentos do processo:

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