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Após colocar coleção à venda por dificuldade financeira, torcedor recebe ajuda do volante Marcão

Motorista de aplicativo disse ter agido por "desespero", por conta da dificuldade financeira, e se viu surpreso com corrente de apoio

Parte da coleção de camisas de BrunoParte da coleção de camisas de Bruno - Foto: Reprodução/Twitter

O motorista de aplicativo Bruno Henrique tomou uma decisão dura na manhã desta quinta-feira (15), mas não esperava a reviravolta de boas ações que teve durante o dia. Em meio à dificuldade financeira, Bruno, torcedor apaixonado do Sport, decidiu colocar a coleção de camisas do Leão à venda para poder ter um alívio nas finanças. Rapidamente, a ação de Bruno chamou a atenção dos torcedores rubro-negros, que decidiram ajudar e, de alguma forma, impedir que ele se desfizesse da coleção. Em meio à campanha da torcida, o jogador Marcão pediu que ele não vendesse as camisas e se prontificou a ajudá-lo. 

A ação de Bruno sensibilizou torcedores, não apenas do Sport, que além de ajudar conseguiram que todas as camisas continuassem com ele. Um, inclusive, devolveu a que já havia recebido quando soube da ajuda de Marcão. O motorista de aplicativo, morador de Camaragibe, agradeceu a corrente para ajudar.

"Eu não tinha nem visto, porque era tanta mensagem chegando no Twitter e no Whatsapp, aí alguém mandou para mim que Marcão ia ajudar. Aí foram só lágrimas, né? Eu já tinha vendido camisa, ia entregar. Uma delas, um cara até já tinha levado. Ele voltou e devolveu a camisa, dizendo que não ia precisar mais dela, porque soube que Marcão ajudou e ainda disse que eu não precisava devolver o dinheiro a ele", relata.

"Outras pessoas já tinham feito a transferência e entrei em contato depois, para devolver o dinheiro a todos. Fiquei com todas as camisas, graças a Deus. Muitas pessoas estão entrando em contato para ajudar. Só tenho a agradecer a Deus e às pessoas que se juntaram, em uma atitude humanizada, no intuito de me ajudar. Agradecer também a Marcão, que se mostrou ser uma pessoa de um coração muito bondoso”, explicou.

A corrente que foi formada emocionou Bruno, que não esperava tamanha repercussão na torcida. Segundo ele, demorou para que ele tivesse coragem de colocar as camisas à venda, mas, pela manhã, ao ver a situação difícil que se encontrava, não viu outra alternativa senão vender a coleção. 

"Fiquei bastante surpreso e emocionado, porque o intuito de colocar as camisas à venda era justamente para suprir uma necessidade financeira de momento. Acabou que entrei em uma bola de neve de dívidas. Como um ato de desespero, eu pensei em me desfazer das camisas, que tem um valor sentimental muito grande. Muitas delas eu ganhei da minha esposa, minha irmã, minha mãe, que se esforçaram muito para comprar, sabendo da minha paixão pelo clube", explica Bruno.

"Já tinha mais de um mês que eu estava pensando em vendê-las, sempre tentando arrumar um jeito de não fazer isso. Mas hoje vi que a situação estava realmente apertada, aí tentei fazer. Mas, para minha surpresa, a torcida não deixou. Quando marquei o clube, os torcedores se sensibilizaram com o que eu estava passando e começaram a compartilhar, pedir o pix, fazer transferências bancárias”, contou. 

Bruno lembrou que, além de Marcão, também recebeu a ajuda do antigo vice-presidente do Conselho Deliberativo do Sport, Ricardo de Sá Leitão Júnior, que além de doar, mobilizou outros amigos a fazer contribuições. 

Atualmente, Bruno atua como motorista de aplicativo, mas trabalhava como vigilante. Em 2018, dois meses após ser demitido, sofreu um grave acidente de moto com sua esposa, onde sofreu múltiplas fraturas, precisou ficar em recuperação por cerca de um ano e ficou impossibilitado de exercer a profissão novamente. Desde então, as dificuldades financeiras foram crescendo, mas após o nascimento de Hadassa, agora com três meses, precisou intensificar os esforços para resolver a situação financeira.

"Foi um acidente muito complicado, passei mais de um ano me recuperando e a médica do INSS me vetou, disse que eu não podia mais exercer minha profissão de vigilante. Depois que chegou a pandemia, as coisas ficaram muito mais complicadas."

Segundo Bruno, nem todas as camisas foram colocadas à venda, já que a esposa não permitia que ele se desfizesse de determinados modelos que possuíam valor sentimental grande.  

"Postei 13 camisas, não eram todas. Porque tiveram algumas que minha esposa disse que eu não vendia nem a pau, porque tem toda uma história por trás. Minha primeira camisa oficial do Sport foi ela que deu. A primeira da nova marca, ela que deu também, eu estava no hospital, internado, depois de um acidente de moto."

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