Arsène Wenger, dirigente da Fifa, menospreza jogadores não europeus, denuncia Conmebol
O ex-treinador afirmou que Kylian Mbappé não seria o atacante que é hoje se tivesse nascido em Camarões
A Conmebol considerou um menosprezo contra jogadores não europeus as declarações do francês Arsène Wenger, diretor de Desenvolvimento do Futebol Mundial da Fifa, que afirmou que o craque Kylian Mbappé não seria o atacante que é hoje se tivesse nascido em Camarões.
"A Conmebol repudia e condena as expressões lamentáveis do alto funcionário da Fifa, muito próximo da presidência da instituição, Arsene Wenger", diz o pronunciamento da entidade que comanda o futebol sul-americano.
Wenger também afirmou durante o congresso de treinadores da Federação Alemã em Freiburg que no futebol "há a Europa e o resto do mundo".
A entidade sul-americana presidida por Alejandro Domínguez sustentou que "está firmemente comprometida contra expressões e gestos racistas ou discriminatórios, sejam eles dos torcedores nos estádios, dos atletas e técnicos em campo, ou dos dirigentes através de declarações públicas".
A Conmebol ressaltou que Wenger, "além de revelar um desconhecimento inusitado sobre a valiosa contribuição dos jogadores africanos para o futebol mundial, especialmente o futebol europeu, mostra um viés degradante que invisibiliza os esforços de futebolistas e instituições esportivas que não estão na Europa. Os preconceitos condenáveis são disfarçados de reflexões 'fundadas' e 'inteligentes'", ironizou a mensagem.
O manifesto lembrou que "os sul-americanos conhecem, muito bem e em primeira mão, esse tipo de atitude que se baseia na crença de que o mundo começa e termina na Europa".
"O talento, o espírito de sacrifício e a vontade de superação dos jogadores africanos e sul-americanos devem ser valorizados e respeitados", destacou.
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- Protesto contra a Fifa -
A Conmebol também protestou contra uma nova decisão unilateral da Fifa de permitir cinco substituições nas partidas oficiais a partir de agora, medida emergencial que foi imposta devido à pandemia de covid-19 em 2020.
A regra definitiva foi adotada unilateralmente e sem consulta à Fifa, reclamou a confederação.
"Nem a Conmebol nem suas associações-membro foram consultadas para opinar ou analisar essa questão", explicou a entidade.
"Se as mudanças que têm efeitos globais em nosso esporte forem decididas unilateralmente, podem gerar irritação e receios. É uma prática exclusiva que vem se repetindo nos últimos tempos e que causa grande preocupação", disse a Conmebol.
"Um futebol mais competitivo, de maior qualidade, inclusivo e com justiça esportiva será obra de todos, em um ambiente de cooperação, pluralidade e livre troca de ideias e experiências", destacou a Confederação Sul-Americana.