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Olimpíada

Atletas poderão se manifestar nas arenas, mas não no pódio dos Jogos de Tóquio

Quem descumprir as diretrizes do COI poderá sofrer punições

Símbolo olímpico está espalhado em várias partes da cidade japonesaSímbolo olímpico está espalhado em várias partes da cidade japonesa - Foto: Behrouz Mehri/AFP

O COI (Comitê Olímpico Internacional) divulgou, nesta sexta-feira (2), uma revisão de suas regras sobre a possibilidade de manifestações de atletas. Elas serão aplicadas durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, a partir de 23 de julho.

A redação original da Regra 50.2 da Carta Olímpica afirma que, para preservar a neutralidade dos Jogos, nenhum tipo de manifestação política, religiosa ou racial é permitida nas arenas e outras áreas.

De acordo com a entidade, a ampliação das oportunidades para os atletas expressarem opiniões segue uma recomendação da Comissão de Atletas a partir de consulta a 3.500 representantes nos últimos meses. 

O tema ganhou maior proporção após o esporte ter sido tomado por protestos, entre eles de apoio ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), desde 2020.

A nova versão das diretrizes do COI para a aplicação da Regra 50.2 inclui os locais de jogo como palcos permitidos para manifestação, desde que antes do início das competições. 

Por exemplo durante a entrada dos times no gramado e quando um atleta é anunciado para sua prova, luta ou apresentação. A manifestação precisa ser "consistente com os princípios fundamentais do Olimpismo" e não pode ser dirigida direta ou indiretamente contra pessoas, países e organizações. 

Também estão vetados atos durante a execução de um hino nacional e a apresentação de outro atleta ou equipe, além do uso de cartazes ou bandeiras e atitudes que possam causar danos físicos a outras pessoas e propriedades.

Os atletas são autorizados a abordar suas visões ao dar entrevistas individuais ou coletivas nas zonas mistas, centro de mídia e outros locais destinados a elas. Também estão incluídos na lista de locais liberados para manifestações as reuniões de equipes e os canais de mídias sociais.

"Ao expressar suas opiniões, os atletas devem respeitar as leis aplicáveis, os valores olímpicos e os demais atletas. Deve-se reconhecer que qualquer comportamento e/ou expressão que constitua ou indique discriminação, ódio, hostilidade ou potencial para violência em qualquer base é contrário aos princípios fundamentais do Olimpismo", afirma o documento.

Manifestações nas cerimônias de entrega de medalha, abertura e encerramento permanecem vetadas, assim como na Vila Olímpica. Ou seja, erguer o punho no pódio como fizeram os velocistas americanos Tommie Smith e John Carlos na Olimpíada de 1968, na Cidade do México, segue proibido.

"As novas diretrizes são resultado de nossa ampla consulta com a comunidade global de atletas", disse a presidente da comissão, Kirsty Coventry.

"Embora as diretrizes ofereçam novas oportunidades para os atletas se expressarem antes da competição, elas preservam as competições no campo de jogo, as cerimônias, as cerimônias de vitória e a Vila Olímpica. Esse foi o desejo da grande maioria dos atletas em nossa consulta global”, completou. 

O desrespeito às regras poderá levar a uma punição que, segundo o COI, será determinada conforme uma série de fatores, entre eles o nível de perturbação provocado e a não conformidade com os valores olímpicos. A entidade promete transparência ao longo do processo disciplinar.

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