Atlético-MG x Botafogo: torcedores que moram em Pernambuco viajam até Buenos Aires para final
A decisão da Libertadores acontece neste sábado (30), a partir das 17h, no estádio Monumental de Núñez, na Argentina; atleticanos e botafoguenses fizeram rotas diversas para chegar na Argenitna
Com a final da Libertadores entre clubes brasileiros disputada em Buenos Aires, torcedores de Botafogo e Atlético-MG precisaram encarar uma viagem longa para acompanhar seus clubes de coração na decisão que acontece neste sábado (30), a partir das 17h, no estádio Monumental de Núñez. Essa missão foi ainda maior para os que moram em Pernambuco, a mais de 3000 km de distância da capital da Argentina.
A reportagem da Folha de Pernambuco conversou com Carlos Binoto, torcedor do Fogão, e Pedro Melo, do Galo, que relataram a relação com o time, a expectativa para final e arriscaram até um palpite do resultado da partida.
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O bancário Carlos Binoto nasceu no Rio de Janeiro, filho de pai carioca e mãe recifense, e passou a morar na Capital pernambucana no final da adolescência, no ano 2000.
Apesar dos 24 anos longe da cidade do seu clube, a relação com o Botafogo só aumentou ao longo dos anos.
Conhecido como Binoto entre os botafoguenses no Estado, o bancário é presidente da Recifogo, grupo de torcedores que surgiu em 2005 e se reúne para assistir aos jogos em bares ou nos estádios quando o Botafogo enfrenta adversários do Recife ou cidades próximas.
Binoto saiu do Recife na véspera da partida com um roteiro longo: viajou de Pernambuco a Foz do Iguaçu, onde atravessou a fronteira para Puerto Iguazú, na Argentina, até pegar mais um voo para Buenos Aires. O custo médio de passagem, ingresso e hospedagem até a próxima segunda-feira ficou em torno de R$ 4 mil.
Licença casamento
E o sacrifício para acompanhar o Botafogo na Argentina não é apenas financeiro.
Com dez anos de relacionamento, Carlos casou-se oficialmente com a policial militar Cecília Salvador no dia 21 de novembro. A programação do casal precisou mudar para ele realizar o sonho de ver o time campeão da Libertadores, mas obviamente com o apoio da esposa que não vai poder acompanhá-lo.
“Eu estou de licença de casamento. Está meio apertado, não fizemos nem festa mas consegui juntar um dinheiro para ir na viagem. Eu comprei depois da semifinal. Naquele 5x0 eu já estava para comprar, mas como superstição eu esperei confirmar a vaga. Minha esposa me apoiou. Ela disse que eu iria me arrepender se não fosse".
Em busca do BI
O médico Pedro Melo tem uma ligação com o Atlético-MG desde a infância. Com a família toda atleticana, esse foi um caminho tranquilo para o mineiro de Montes Claros, que fica a 420km de Belo Horizonte.
O reumatologista passou a adolescência em Belo Horizonte e fez faculdade próximo à capital. Ele veio morar no Recife há 13 anos e atualmente reside na Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, mas segue acompanhando o time, seja nas cidades próximas ou viajando para seu estado de origem.
“Tem a medicina que consome a maior parte do meu tempo, mas quando tem jogo aqui perto eu vou”, afirmou.
Com a viagem para a Argentina, Pedro vai tentar viver a mesma emoção que sentiu na campanha de 2013, ano da primeira Libertadores do Galo.
Naquela temporada, ele foi para os jogos finais contra o Olimpia no Paraguai e no Mineirão.
Acompanhado da atual esposa, o médico saiu do Recife na última quarta-feira (27) num voo direto para Montevidéu, no Uruguai.
De lá pegou mais uma voo até o palco da decisão. o retorno será na segunda-feira com o roteiro: Buenos Aires- Assunção (Paraguai)- São Paulo- Recife. “Tem pessoas indo de todas as maneiras. O meu voo é direto e saiu bem mais caro. A viagem completa vai ficar em torno de R$ 20 mil”.
Palpites
A confiança está alta para os dois torcedores que vão viajar para a Argentina. O botafoguense Binoto acredita numa vitória por 2 a 0 e colocou três jogadores como opção de balançar as redes: o volante Marlon Freitas, o zagueiro Barboza e o atacante Tiquinho Soares.
Pelo lado atleticano, Pedro arriscou o placar de 2x1 com gols de Deyverson e Hulk, que na visão dele, é um jogador diferente do Galo. "Esse título é uma conquista que ele não tem e pode ser a última chance dele conquistar. Acredito muito na vitória, vamos com muita raça e cabeça tranquila”.