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AMEAÇAS

Bicampeão olímpico é ameaçado após ser ligado a morte de maratonista no Quênia

Eliud Kipchoge, de 39 anos, afirmou que ficou chocado ao saber da movimentação na internet, e detalhou alguns dos ataques que acabou recebendo após ter sido relacionado à morte de Kelvin Kiptum

Eliud Kipchoge, bicampeão na maratona olímpica Eliud Kipchoge, bicampeão na maratona olímpica  - Foto: Giuseppe Cacace/AFP

O bicampeão olímpico Eliud Kipchoge, de 39 anos, afirmou que ele e a família estão recebendo ameaças após o nome dele ter sido relacionado à morte de Kelvin Kiptum, maratonista queniano que faleceu em fevereiro deste ano após um acidente de carro no Quênia.

Segundo as publicações nas redes sociais, o maratonista teria feito parte de uma conspiração que culminou na morte do atleta de 24 anos. Em entrevista para a BBC, Kipchogue afirmou que ficou chocado ao saber da movimentação na internet, e detalhou alguns dos ataques que acabou recebendo após esse boato se espalhar.

— Recebi muitas coisas ruins: que vão queimar o campo de treinamento, meus investimentos na cidade, vão queimar minha casa, vão queimar minha família — detalhou o maratonista.

Durante a entrevista, o atleta disse ainda que passou a temer pela segurança da própria família.

— Não tenho poder para ir à polícia e dizer-lhes que a minha vida está em perigo. Então a minha preocupação era dizer à minha família para ser mais consciente e cautelosa. (…) Fiquei com muito medo de meus filhos irem para a escola e voltarem — acrescentou.

A equipe de Kipchoge chegou a sugerir de retirar o corredor das redes sociais após as ameaças, mas ele disse que nunca considerou excluir suas contas. “Se eu excluir minhas contas, isso mostra que há algo que estou escondendo”, disse ele.

— Vou manter minhas contas. Não fiz nada.

No entanto, Eliud Kipchoge revela que essa situação já afetou seus resultados. Ele terminou na 10ª colocação na Maratona de Tóquio, seu pior resultado desde sua estreia em 2013.

Ouro nos Jogos Olímpicos do Rio e de Tóquio, Kipchoge vai em busca do tri em Paris no dia 10 de agosto. Nunca entre homens ou mulheres, um maratonista conquistou mais do que duas medalhas em Olimpíadas. O etíope Abebe Bikila (1960-1964) e o alemão Waldemar Cierpinski (1976–1980) são os únicos com dois ouros olímpicos. Em Paris, Kipchoge terá a companhia dos compatriotas Benson Kipruto e de Alexander Munyao, que acabou de vencer a Maratona de Londres.

Kipchoge chega a Paris como favorito da prova após a morte do recordista mundial Kelvin Kiptum, também do Quênia, em fevereiro passado. O recorde mundial da maratona segue com a marca de Kiptum (2h00min35). Kiptum morreu em um acidente aos 24 anos, cinco meses depois de baixar o recorde mundial. Já Kipchoge correu os mesmos 42,195 metros em 2h01min09. Em uma prova não-oficial, porém, ele é o único homem a já ter percorrido a distância em menos de 2 horas (1h59min40).

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