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VETADA

Boxeadora Imane Khelif é novamente vetada nos Mundiais de Boxe pela IBA

Aatleta argelina, medalha de ouro nas Olimpíadas de Paris, é impedida de competir em Belgrado devido a critérios de elegibilidade da entidade

Atleta de boxe Imane KhelifAtleta de boxe Imane Khelif - Foto: Mohd Rasfan/AFP

O nome de Imane Khelif voltou a ser destaque no cenário esportivo e político mundial. A boxeadora argelina, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, está novamente fora dos próximos Campeonatos Mundiais de Boxe da Associação Internacional de Boxe (IBA), previstos para ocorrer entre os dias 30 de abril e 14 de maio em Belgrado, na Sérvia.

Chris Roberts, CEO da IBA, anunciou que Khelif não será permitida a participação nos torneios mundiais, alegando que ela não atende aos critérios de elegibilidade estabelecidos pela entidade. A IBA, conforme suas regras, definiu exigências para a participação no evento, e a boxeadora não se enquadra nelas.

Não é a primeira vez
Este veto, contudo, não é uma novidade. Em 2023, a IBA já havia impedido a participação de Khelif nos Mundiais realizados em Taskent, no Uzbequistão. Essa decisão gerou grande repercussão na época e contribuiu para a polêmica que envolveu a atleta durante os Jogos Olímpicos.

No caso dos Jogos de Paris, Khelif pôde competir por conta de uma disputa entre organizações, já que o Comitê Olímpico Internacional (COI) assumiu a organização do torneio olímpico devido a questões administrativas e arbitrárias que afetavam a IBA.

A principal alegação da IBA é que Khelif possui níveis elevados de testosterona e características cromossômicas XY (masculinas), mesmo apresentando órgãos reprodutores femininos, condição conhecida como síndrome de Swyer. A entidade considera que esses fatores poderiam gerar “vantagens” sobre outras competidoras femininas. Por outro lado, o COI rejeita essa análise, considerando-a uma forma de discriminação.

Polêmica nas Olimpíadas
A controvérsia ganhou ainda mais força durante a competição nos Jogos Olímpicos, quando Khelif enfrentou a italiana Angela Carini, que se retirou após 46 segundos de luta, alegando "forte dor" após ser atingida pelos golpes da argelina.

Carini, posteriormente, se desculpou pela situação, mas o incidente gerou grande discussão sobre a questão de gênero no esporte.

Processo contra jornalista
O debate sobre a participação de atletas com características intersexuais nos esportes femininos segue em alta. Em novembro do ano passado, o jornalista francês Djaffar Ait Aoudia revelou um relatório que mencionava que Khelif possuía “testículos internos”, uma informação não confirmada que levou a boxeadora a processar a divulgação do seu histórico médico.

Recentemente, a ex-tenista Martina Navratilova expressou sua indignação nas redes sociais, criticando a decisão do COI e defendendo a proteção dos espaços femininos no esporte.

“Proteger os espaços de mulheres baseados no sexo deveria ser algo óbvio”, afirmou, fazendo referência tanto a Khelif quanto a outros casos polêmicos envolvendo atletas como a jogadora de futebol Barbara Banda, que também esteve no centro de um debate sobre verificações de gênero.

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