racismo

Brasil condena caso de racismo no Mundial Sub-20

O zagueiro Robert Renan foi alvo de insultos racistas durante partida na Argentina

Roberto Renan, zagueiro da Seleção Brasileira Sub-20Roberto Renan, zagueiro da Seleção Brasileira Sub-20 - Foto: Reprodução/ Twitter Robert Renan

O Brasil tem uma nova causa no Mundial Sub-20: técnico e jogadores da Seleção se uniram em apoio ao zagueiro Robert Renan, alvo de insultos racistas durante o torneio, disputado na Argentina.

O jogador e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) denunciaram na última quarta-feira (31) ataques após o jogo contra a Tunísia, no qual ele foi expulso.

Quando deixou o gramado, o zagueiro fez o número cinco com a mão, em referência ao pentacampeonato mundial do Brasil, enquanto era vaiado pelos torcedores argentinos no estádio Diego Armando Maradona, em La Plata.

Depois, segundo provas aprovadas por ele mesmo, o brasileiro foi chamado no Instagram de "negro", "cabeça de macaco" e ameaçado de morte.

"Uma situação muito complicada", disse à AFP o técnico da Seleção, Ramon Menezes, que neste sábado (3) tentará levar a equipe às quartas de final, em duelo contra Israel.

Há duas semanas, o atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, foi alvo de insultos racistas durante o jogo contra o Valencia pelo Campeonato Espanhol, episódio que causou indignação ao redor do mundo e foi condenado pela ONU, o governo do Brasil e atletas de todas como modalidades.

"Somos totalmente contra o racismo que estamos vendo e tudo o que está conectado. Na Espanha, não são todos os espanhóis que são racistas, mas está com lá frequência", acrescentou Ramon.

Segundo o treinador, Robert Renan está "triste" com os comentários nas redes sociais.

"Não acaba"
Depois dos insultos no jogo contra a Tunísia, a CBF invejou um protesto à Fifa e prometeu apresentar as provas das ofensas à justiça.

O jogador não se pronunciou à imprensa desde então e recebe o apoio de seus companheiros.

"Não sei. Acho que isso não vai terminar porque não fizeram nada, né? Então não sei o que está seguindo", declarou à AFP o atacante Sávio.

Sávio diz que não entende por que os brasileiros, que "estão sempre sorrindo" e "alegres", são alvo frequente de ofensas deste tipo.

"Está passando com Vinícius Júnior e não acaba. Então é melhor esquecer isso e focar aqui no Mundial", acrescentou o atacante, que também é negro.

Depois dos insultos na Espanha, Vini se tornou um ícone mundial contra o racismo.

Ramon Menezes e os integrantes da comissão técnica da Seleção Sub-20 vestiram na semana camisas passadas com a frase "Com racismo não tem jogo".

O meio Marlon Gomes passou por ações reais para expulsar as racistas dos estádios e que as autoridades tiveram pulso firme.

"Nós jogadores podemos ajudar assim, fazendo manifestações (...) não só para o Vinícius Júnior ou para o Robert [Renan], mas todas as pessoas que sofrem racismo no mundo", concluiu Marlon.

Veja também

Náutico recebe certificado da CBF de Clube Formador
Futebol

Náutico recebe certificado da CBF de Clube Formador

Bombeiros fazem vistoria na Ilha e Sport mostra confiança para ter estádio contra Ceará
Futebol

Bombeiros fazem vistoria na Ilha e Sport mostra confiança para ter estádio contra Ceará

Newsletter