Mescla de juventude e experiência é a principal arma do Brasil na Copa América 2024
Doze jogadores vão vestir a camisa da seleção pela primeira vez em um torneio e compartilhar a trajetória com seus respectivos ídolos tem um sabor agridoce.
Orlando, FL - A era Dorival Junior na Seleção Brasileira já iniciou com uma característica um pouco óbvia: com a necessidade de renovação até a próxima Copa do Mundo em 2026, era de se esperar caras novas vestindo a amarelinha. É exatamente esta mescla entre novatos e jogadores já experientes que marca o grupo que iniciará, na próxima segunda-feira (24), a caminhada rumo ao décimo título brasileiro na Copa América.
O grupo, já fechado para a competição continental e que retomou os treinamentos nesta segunda-feira (17), conta com 12 atletas que vão disputar, pela primeira vez, um torneio internacional com a seleção e, dentre eles, jogadores que, além das emoções naturais de estreia, também compartilham o sentimento de dividir os vestiários com seus ídolos.
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Até aí, tudo bem. É um sonho para qualquer um. O “problema” é quando eles precisam disputar, com quem tanto admiram, uma posição na equipe titular.
O goleiro Bento é um exemplo. O jovem de 25 anos, revelado nas categorias de base do Athletico-PR, clube que defende até hoje, disputa com o experiente Alisson, titular em duas Copas do Mundo, uma chance de entrar em campo.
“Cresci vendo-o jogar, então, pra mim, é muito gratificante poder disputar uma posição com ele, principalmente aqui na Seleção Brasileira. É a segunda oportunidade que eu tenho de trabalhar com ele, ainda tenho um pouquinho de vergonha, porque não é todo dia que vemos um ídolo assim tão de perto”, afirmou o arqueiro, ainda meio tímido.
O goleiro do Athletico teve a oportunidade de ser titular nos amistosos de março, contra a Inglaterra e Espanha, pois, naquela ocasião, Alisson estava machucado.
Assim como Bento, o lateral-direito Yan Couto também busca uma vaga no time titular, mas no meio do caminho está sua maior referência técnica, Danilo.
“Aprendo muito com Danilo, é um cara que vem me ajudando muito. Eu sei que eu tenho muitos aspectos a serem melhorados e eu quero fazer isso. Mas, eu quero continuar trabalhando para voltar à Seleção mais vezes e ajudar da melhor maneira possível”, garantiu o jogador de 22 anos, que defende o Girona da Espanha.
Na boa briga entre juventude e experiência, o técnico Dorival Júnior tem um papel fundamental para encontrar um balanço de respeito pelos veteranos e suas qualidades técnicas, mas também entender quando os novatos estão pedindo passagem.
“Eu acho que é importante cada um ter uma referencia, mas, acima de tudo, saber que eles vão estar disputando posição com estes mesmos atletas. Nós queremos que todos despertem para esta condição: o respeito tem que existir sempre, e parte de mim, mas eles estão e sempre estarão brigando por uma posição”, disse o comandante.
O caso do zagueiro Beraldo, de 20 anos, revelado pelo São Paulo e apresentado pelo Paris Saint-German, da França, no início deste ano, é um pouco diferente. Ele já atua ao lado do “maior ídolo” no clube francês, formando a dupla de zaga com o experiente Marquinhos. Parceria esta que já é uma realidade agora pela seleção.
“Me identifico muito com ele, com a forma dele jogar, muito técnico, rápido, bom posicionamento. E, o conhecendo ainda mais pessoalmente, vejo o quanto ele é importante dentro do grupo, pela sua liderança e sua capacidade de juntar todo mundo para um mesmo objetivo”, contou o defensor.
O caminho até a Copa do Mundo de 2026 ainda é longo, mas a Copa América 2024 nos Estados Unidos é o primeiro grande teste de uma disputa que quem deve ganhar, no fim, é mesmo a própria Seleção.