Brasileiros podem quebrar recordes de campeões no UFC neste ano
Aldo e Durinho lutarão pelo cinturão em julho; Borrachinha e Deiveson devem ganhar suas oportunidades ainda em 2020
Desde 2017, quando José Aldo perdeu para Max Holloway, o Brasil não detém mais cinturões no UFC, no circuito masculino. Atualmente, Amanda Nunes é a única campeã que representa as cores brasileiras na organização. Este ano, porém, há uma grande chance dessa seca se tornar em recorde para os brasileiros. Isso porquê José Aldo, Gilbert Durinho, Paulo Borrachinha e Deiveson Figueiredo podem chegar ao topo de suas categorias ainda em 2020.
O espaço de tempo em que o Brasil possuiu mais títulos no UFC foi entre julho e dezembro de 2012. Na oportunidade, José Aldo (pena), Anderson SIlva (médio) e Júnior Cigano (pesado) tinham os cinturões lineares de suas categorias, além de Renan Barão (galo), que tinha conquistado o cinturão interino.
Essa época de “vacas gordas”, no entanto, acabou ficando para trás principalmente após as primeiras derrotas de José Aldo (2015) e Anderson Silva (2013). Posteriormente, a organização ainda teve campeões brasileiros como Fabrício Werdum (pesado), Rafael do Anjos (leve) e o próprio Aldo.
A nova geração brasileira, no entanto, se fortaleceu e após três anos o Brasil tem tudo para voltar a figurar no topo do UFC. A organização confirmou um dos melhores cards da história do MMA, com três decisões de cinturão na mesma noite. O UFC 251, que será disputado em 11 de julho, na “Ilha da Luta”, terá as decisões dos pesos galo, pena e meio-médio. Durinho e Aldo serão os representantes brasileiros neste evento e em uma só tacada o Brasil pode voltar a ter dois campeões do principal evento de artes marciais mistas do mundo.
Um dos maiores nomes da história do MMA brasileiro, José Aldo não vive um dos melhores momentos de sua carreira. Após a derrota para Conor McGregor, em 2016, o lutador alternou bons e maus momentos em sua carreira. Uma das alternativas para espantar a má fase foi descer de categoria e começar a luta no peso-galo. A estreia no ano passado, no entanto, foi com derrota para o também brasileiro Marlon Moraes.
Entretanto, a inesperada aposentadoria do campeão Henry Cejudo colocou José Aldo de volta no caminho para o título. A luta contra o russo Petr Yan tem tudo para ser bastante difícil, mas o brasileiro tem experiência e pode trazer o cinturão de volta para o Brasil.
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Durinho, por outro lado, fará o evento principal do UFC 251 e vem com uma sequência de seis vitórias consecutivas na organização. As duas últimas, inclusive, foram diante de Demian Maia e Tyron Woodley, dois dos mais duros lutadores da categoria. Tricampeão mundial de jiu-jitsu, o brasileiro terá um páreo duríssimo pela frente. O atual campeão, Kamaru Usman, só possui uma derrota no MMA, no já distante 2013, e nunca foi nocauteado. Conhecido pelo seu ótimo condicionamento físico, o nigeriano venceu oito das 11 lutas no UFC por decisão.
Paulo Borrachinha é outro brasileiro que deve lutar pelo cinturão em 2020 e tem tudo para entregar uma bela luta contra Israel Adesanya. Comparada a Anderson Silva, o nigeriano é oito centímetros mais alto (1,93m) e possui 21 centímetros a mais envergadura (2,03m) que o brasileiro. Por isso, para vencer uma das grandes promessas de futuro pop star do UFC, Borrachinha precisará encontrar a distância correta para despejar seus potentes socos no atual campeão. Essa luta, inclusive, já deveria ter acontecido, mas o brasileiro lesionou o bíceps e a organização decidiu casar Yoel Romero e Adesanya para o título dos médios.
O último e principal favorito nesses combates já citados é Deiveson Figueiredo. O lutador até já venceu Joseph Benavidez, seu possível próximo rival, em fevereiro deste ano. A luta foi válida pelo cinturão vago peso-mosca do UFC, mas o brasileiro não bateu o peso. Assim, os moscas permanecem sem campeão e o paraense é o número um do ranking da categoria.
Nomes como Thiago Marreta, segundo no ranking meio-pesado, e Marlon Moraes, primeiro no peso-galo, ainda podem figurar entre os possíveis desafiadores para mais lutas pelo cinturão da organização. Portanto, é possível afirmar que ainda neste ano Amanda Nunes finalmente terá companhia brasileira entre os campeões(a) do UFC.