Caso Djokovic: ATP fala em 'danos em todas as frentes' e pede mais clareza nas regras australianas
Entidade se manifestou pela primeira vez após número 1 do mundo ser liberado pela Justiça do país
A ATP, associação organizadora do circuito mundial de tênis, se manifestou pela primeira vez após a liberação da entrada de Novak Djokovic na Austrália. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (11), a entidade pediu mais clareza nas regras de entrada na Austrália e em outros países.
"A ATP respeita os sacrifícios do povo da Austrália em meio à pandemia da Covid-19 e as políticas de imigração adotadas no país. As complicações nos últimos dias mostraram a necessidade de um entendimento, comunicação e aplicação das regras de forma mais clara".
A associação citou o caso de Novak Djokovic, afirmou que o número 1 do mundo acreditava que tinha uma exceção médica válida e argumentou que o desenrolar dos acontecimentos "geraram danos em todas as frentes, incluindo ao bem estar de Novak e à sua preparação ao Australian Open". A ATP diz que esteve em contato constante com a Tennis Australia, organizadora do Australian Open, para entender o processo.
A entidade finaliza a nota acolhendo a decisão da Justiça do país, mas ressaltando que "recomenda fortemente" a vacinação a seus jogadores como mecanismo essencial para lidar com a pandemia. "Nos baseamos em evidências científicas que garantem os benefícios à saúde e colaboramos com as regras de viagem ao redor do mundo, que ficarão mais estritas daqui para frente". Segundo a ATP, 97% de seus 100 primeiros colocados no ranking estão vacinados.
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O juiz Anthony Kelly considerou nesta segunda-feira (11) que a decisão do governo federal, na semana passada, de revogar o visto do tenista para entrar no país era "irracional" e ordenou que Djokovic fosse libertado. O jogador venceu a batalha judicial após ser barrado na entrada da Austrália sob questionamentos sanitários quanto à Covid-19.
Djoko alegou que não poderia tomar as vacinas contra a Covid-19 já que se infectou com a deonça no dia 16 de dezembro. O jogador acreditava fazer parte de uma exceção médica definida pelo governo do estado de Victoria e pela Tennis Australia.
Na segunda-feira, após a decisão, Djokovic postou foto em uma quadra de Melbourne, agradeceu aos fãs pelo apoio e disse que não podia dar mais detalhes por ora. O jogador passou os últimos dias em um centro de detenção para imigrantes.
"Estou satisfeito e grato pela Justiça ter anulado o cancelamento do meu visto. Apesar de tudo o que aconteceu, quero ficar e tentar competir no Australian Open. Eu continuo focado nisso. Eu viajei para jogar em um dos eventos mais importantes que temos diante de fãs incríveis", escreveu.
O tenista tenta seu 10º título no Australian Open, o que o faria o tenista mais vitorioso da história em Grand Slams (os quatro principais torneios da modalidade). Atualmente, o sérvio tem 20, empatado com Roger Federer e Rafael Nadal.