Caso Rubiales: "Não há nenhuma dúvida" de que beijo em Jenni Hermoso "não foi consentido"
Ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol disse que beijo foi apenas um gesto de carinho com a jogadora
A promotora do julgamento de Luis Rubiales, ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol, afirmou, nesta quarta-feira, não haver “nenhum tipo de dúvida” de que beijo em Jenni Hermoso foi “não consentido”. Ela manteve o pedido de dois anos e meio de prisão para o ex-dirigente. No início desta semana, Rubiales deu o primeiro depoimento durante o julgamento por suposta agressão sexual e coerção, iniciado em 3 de fevereiro.
"Foi um beijo não consentido, e após as provas apresentadas, não há nenhum tipo de dúvida ou dúvida razoável suficiente", declarou a promotora.
Rubiales afirmou, nesta terça-feira, estar “totalmente seguro” de que a jogadora Jenni Hermoso deu seu consentimento para o beijo entre eles após a vitória da seleção feminina na final da Copa do Mundo de 2023.
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— Perguntei se podia te dar um beijinho e ela disse 'vale', isso foi o que aconteceu. O que aconteceu não teve nenhuma importância, nem para mim, nem para ela — declarou Luis Rubiales nesta terça-feira.
Rubiales está sendo julgado por suposta agressão sexual e por pressão para minimizar o escândalo gerado pelo beijo que deu em Hermoso durante a cerimônia de premiação da final do Mundial feminino em agosto de 2023.
O ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol também se defendeu após ser acusado de comportamento violento. Segundo Rubiales, "isso não tem nada a ver" e o beijo foi apenas um gesto de carinho com a jogadora.
Tudo começou no dia 23 de agosto de 2023, quando as jogadoras da seleção feminina espanhola, após conquistarem a Copa do Mundo em Sydney, foram ao pódio receber as medalhas. Rubiales, ao lado do Presidente da Fifa Gianni Infantino e da rainha consorte da Espanha Letizia, recepcionou as atletas.
Ao felicitar Hermoso, camisa 10 da equipe espanhola, Rubiales segura sua cabeça e lhe deu um beijo. O gesto gerou reações de indignação, rechaçadas pelo então chefe do futebol espanhol, que afirmou se tratar de “um selinho entre amigos celebrando” e que foi consentido.
Poucos dias depois, enquanto as condenações se multiplicavam tanto na Espanha quanto internacionalmente, Rubiales declarou em uma assembleia-geral extraordinária da federação que não renunciaria e disse ser vítima de um “falso feminismo”.
Ofendida pelas declarações, Hermoso rompeu o silêncio e afirmou em um comunicado ser "vítima de uma agressão, um ato impulsivo, machista, fora de lugar e sem nenhum tipo de consentimento" por parte dela.