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CBV declara guerra contra discriminação no vôlei nacional, muda regras e impõe punições severas

Atletas relataram que sofreram ataques racistas em dois jogos da Superliga

Atletas do Tijuca denunciam caso de racismo na SuperligaAtletas do Tijuca denunciam caso de racismo na Superliga - Foto: Divulgação/FPV

Dois atos discriminatórios mancharam o voleibol nacional na última semana envolvendo atletas do Tijuca Tênis Clube e o técnico do Natal América-RN. As vítimas relataram que sofreram ataques racistas em dois jogos da Superliga. Indignada com a grave situação, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) resolveu declarar guerra para a intolerância e divulgou nesta sexta-feira medidas rígidas contra os "criminosos" e punições severas a clubes que não agirem para coibir tais atos, até com banimento.

"A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) não admite qualquer tipo de preconceito ou ato discriminatório, e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como respeito, tolerância e igualdade. Diante dos fatos ocorridos em dois jogos Superliga B no último fim de semana, a CBV se reuniu com todos os envolvidos - atletas, técnicos e clubes - e encaminhou os casos aos STJD", revelou a entidade.

"Mas não restringiu a ação aos dois episódios. Nesta sexta-feira, apresentou aos 48 clubes que disputam as Superligas A e B e a representantes das 27 Federações Estaduais uma proposta de mudança nos regulamentos das competições, válida já para a atual temporada, que torna mais duras as penalizações para casos de atos discriminatórios em competições de voleibol. E reforçou os procedimentos que devem ser adotados por árbitros, delegados técnicos, atletas e clubes na ocorrência de tais casos "

Na proposta da CBF, a infração por ação discriminatória passa a ser considerada gravíssima e o clube pode receber sanções que incluem multa, perda de três pontos, suspensão, perda de mando e até eliminação da competição.

As mudanças, contudo, precisam de aprovação das equipes por determinação do regimento da CBV, e uma reunião para aprovação está agendada para segunda-feira. As alterações no regulamento das competições precisam ser aprovadas por unanimidade pelos 48 envolvidos nas Superligas A e B.

"Atos discriminatórios de qualquer natureza são inadmissíveis no voleibol brasileiro. Em 2022, incluímos punição específica para esse tipo de atitude nos regulamentos das Superligas A e B. Agora, vamos tornar essa punição ainda mais severa, para inibir ações de discriminação e punir quem insistir nesse comportamento", afirmou Radamés Lattari, presidente da CBV. "Também reforçamos os procedimentos que devem ser adotados por árbitros, delegados, atletas e comissões técnicas que identificarem atos dessa natureza. É um trabalho constante e estaremos sempre atentos."

Antes mesmo do início da partida, o clube mandante deve divulgar, em seu sistema de som, um alerta de que a prática de atos discriminatórios configura crime e que o torcedor que insistir na prática pode ser punido, assim como seu clube.

A CBV ainda ressaltou que, durante uma partida, "ao identificar ou ser avisado sobre a prática de atos discriminatórios, o delegado técnico deve informar a equipe de arbitragem. O árbitro deve interromper imediatamente a partida e aguardar a presença de destacamento policial no interior do ginásio".

O clube mandante será obrigado a emitir um segundo aviso sonoro informando que, caso o ato continue, a partida será suspensa. Caso os avisos e a paralisação não surtirem efeito, a partida poderá ser suspensa e até mesmo cancelada.

 

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