CD vota adiamento das eleições do Santa, mas oposição diz que o pleito está mantido para dezembro
Encontro contou com cerca de 60 conselheiros, entre esses 39 votaram a favor de adiar as eleições e 11 foram contra, defendendo o pleito em dezembro
Com 39 votos a favor e 11 contrários, as eleições do Santa Cruz foram adiadas para o dia 10 de fevereiro de 2021, e consequentemente o mandato da atual gestão foi estendido até este período. Pelo menos, pelo o que foi votado em reunião do Conselho Deliberativo do clube, realizada na noite desta quinta-feira (19). Em meio ao cenário de divegência política, cerca de 60 conselheiros compareceram ao encontro, e a maioria decidiu pela postergação do pleito, inicialmente marcado para o dia 14 de dezembro deste ano, assim como havia sido divulgado em comunicado pelo presidente do executivo do clube, Constantino Júnior. A oposição, contudo, baseada na decisão judicial que determinou ser ilegal o adiamento do pleito pelo conselho, sustenta que a data da votação está mantida e que o processo acontecerá em dezembro.
Além do adiamento, também em votação, foi decidido que o pleito será realizado integralmente de forma presencial, não havendo espaço para votação mista ou remota. Ao todo, foram registrados 46 votos favoráveis à proposição e 8 votos contra o formato estabelecido. Antes disso, os conselheiros discutiram o orçamento para a realização das eleições. Na formatação virtual, após auditagem e reconhecimento do aparato tecnológico necessário, cerca de R$ 100 mil seriam necessários para a realização das eleições de forma segura, segundo o conselho. Por outro lado, a votação no formato presencial giraria em torno de R$ 10 mil.
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O primeiro custo apresentado pela mesa do conselho foi rebatido pelo presidente de uma empresa que presta serviço para a realização de votação virtual. Na ocasião, ele disse ser possível fazer o pleito acontecer remotamente com R$ 50 mil, metade do que havia sugerido o balanço da mesa do conselho. Os conselheiros de oposição chegaram a sugerir uma contribuição financeira para que a votação pudesse acontecer de forma virtual, em decorrência das questões sanitárias, impostas pela pandemia do novo coronavírus. A proposta, contudo, não foi levada para frente, e, assim, foi decido que os sócios aptos terão de se locomover até o Arruda para votar.
Em live no Instagram, o candidato à presidência do executivo do clube pelo Pró-Santa, André Frutuoso, esclareceu dizendo que, baseado na determinação da Justiça, as eleições não foram adiadas, apesar de a situação sustentar esse argumento com base na votação do conselho. Ele diz que o Conselho Deliberativo não tem poder para determinar a postergação do pleito.
"As eleições não estão adiadas. Existe uma decisão judicial que imputa R$ 20 mil por dia. O Conselho emitiu um parecer para adiar as eleições 10 dias após o término da Série C, mas existe uma decisao judicial. Não é uma mera liminar", afirmou.
Entenda
No dia 06 de outubro, o juíz da 2ª Vara Cível da Capital, Julio Cezar Santos da Silva, decretou ilegal a decisão que estenderia o mandato da atual gestão do Santa Cruz até de julho de 2021 e, consequentemente, adiaria as eleições para a presidência do clube. Na ocasião, em caso de descumprimento da ordem, o mandatário do Tricolor teria que pagar uma multa diária no valor de R$ 20 mil (com limite de R$ 1 milhão). Dez dias depois, o próprio Constantino assinou a convocação da Assembleia Geral de sócios para que o pleito fosse realizado no dia 14 de dezembro de 2020, ainda com o com a Série C em curso.
Dois dias antes, no dia 14, o Conselho Deliberativo, que anteriormente havia decidido postegar o mandato da atual gestão, cancelou a reunião do dia 22 de outubro, sob a justificativa de que o órgão supremo só poderia marcar a data das eleições se o clube conseguisse cassar a ordem judicial em vigor. O Santa Cruz sequer recorreu da decisão.