Futebol

CEO da Copa do Qatar responde técnico da Inglaterra após críticas ao país: "Casos isolados"

Gareth Southgate relembrou acusações de maus tratos a trabalhadores e lamentou que grupos LGBTQIA+ não viajarão ao país para o torneio

Gareth Southgate afirmou que o futebol vem unindo o país  Gareth Southgate afirmou que o futebol vem unindo o país  - Foto: JOHANNES EISELE / AFP

CEO da Copa do Mundo do Qatar, Nasser Al Kahter saiu em defesa do país após críticas do técnico da seleção da Inglaterra, Gareth Southgate em relação à disputa do Mundial por lá. Em entrevista à emissora "Sky Sports", o dirigente classificou os casos de maus tratos a trabalhadores como "casos isolado" e prometeu uma boa recepção a torcedores, desde que respeitem as normas culturais locais.

— Alguém com tanta influência como Southgate precisa escolher suas palavras com cuidado. Antes de dar declarações como essas em relação aos trabalhadores, ele precisa vir aqui, conversar com eles e entender o que eles ganham estando aqui. Há casos isolados e são esses que chegam à mídia. No entanto, posso garantir que se ele vier e conversar como os trabalhadores, a maioria falará sobre como colocou os filhos na universidade, como construiu suas casas para eles e a família.

Sobre a comunidade LGBTQIA+, Al Kather pediu que os visitantes respeitem as normas do país sobre demonstrações públicas de afeto. Mas garantiu que a sexualidade dos torcedores não gerará diferenças de tratamento.

— As pessoas se sentirão seguras, confortáveis. Somos um país modesto, temos nossa cultura, normas, o que pedimos é que respeitem. Seja um casal gay ou heterossexual, temos as mesmas normas, vemos da mesma forma. Pedimos apenas que as pessoas sejam respeitosas, assim como fazemos quando viajamos pelo mundo, e se atentem às diferenças culturais. Demonstrações públicas de afeto são desaprovadas, é simplesmente isso.

O dirigente afirmou ainda que "nenhum país é perfeito" e convidou Southgate para conversar nesta sexta-feira (01), quando o técnico chega ao país para o sorteio dos grupos da competição, em Doha.

— Se ele estiver assistindo, estendo meu mais profundo respeito. O respeito como treinador e ser humano. Como eu disse, não temos problemas com opiniões, mas quando as pessoas têm opiniões diferentes, você dá seu lado da história. Podemos concordar em discordar e está tudo bem.

No último dia 19, o técnico falou sobre as acusações envolvendo os trabalhadores empenhados na construção dos estádios. Denúncias de condições precárias e cerca de 6 mil mortos rodearam os anos de preparação para o Mundial, sob ameaças até de boicote, que acabaram não se concretizando.

— Há preocupações óbvias sobre os direitos dos trabalhadores e as condições que vivem naquelas áreas. Parece universalmente aceito que as coisas tenham melhorado, mas não exatamente até o ponto que todos pensávamos que poderia estar. Talvez as políticas que foram colocadas em prática não são aplicadas como deveria.

Southgate também lamentou a ausência de parte dos fãs das comunidades LGBTQIA+, em meio a receios sobre o tratamento no local. Em alguns países do Oriente Médio, a homossexualidade é tratada como gripe. Em terras qataris, há expressa desaprovação por demonstrações públicas de afeto.

— Infelizmente, por discussões que já tive, não acredito que algumas pessoas da comunidade viajarão, o que é uma pena. Como time, nós lutamos por inclusão, e seria horrível pensar que alguns dos nossos torcedores não iriam porque se sentirão ameaçados ou temem por sua segurança.

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