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Chapecoense puxa o freio de mão no projeto da SAF

Clube catarinense quer estruturar suas contas através de uma Recuperação Judicial antes de encontra algum investidor

Torcida da Chapecoense Torcida da Chapecoense  - Foto: Julia Galvão | ACF

Apesar de ter sido aprovado há menos de dois meses, dias após a nova diretoria tomar posse, a SAF da Chapecoense foi guardada na gaveta. Segundo o clube, o atual momento não é o melhor para a busca de um investidor. O objetivo, no momento, é conseguir reequilibrar as contas, através de uma Recuperação Judicial (RJ) já aprovada na Justiça, e voltar a pensar no assunto depois.

A declaração foi feita nesta quinta-feira pelo vice-presidente de Marketing do Clube, Alex Passos, durante a sessão da CPI da Chape no Senado. De acordo com o dirigente, mesmo com o interesse inicial de algumas instituições, o clube entendeu que é melhor se manter como uma associação civil até que as contas sejam controladas.

— Entendemos que é muito recente a questão da Sociedade Anônima do Futebol. Há muita controversa em relação a legislação e a questões trabalhistas que envolvem justamente a SAF e entendemos que vai ter muita contestação judicial. Quando a gente conseguir equacionar as dividas, conseguir pagar as pessoas, aí sim vamos constituir a SAF — explicou.

Atualmente a Chapecoense prepara um plano de pagamento que será apresentado aos credores, conforme estabelece a Recuperação Judicial. O clube tem dívidas que giram na casa de R$ 86 milhões e outras ainda a serem executadas que aumentam o valor devido para aproximadamente R$ 180 milhões, segundo Passos. 

A RJ estabelece que a Chapecoense pode deixar de pagar suas dívidas por até 60 dias, assim como não ter penhoras e arrestos — e o clube tem 42 pedidos de bloqueio de renda. Cabe aos dirigentes estabelecerem um plano de pagamento que deve ser aprovado pela maioria dos credores. O vice-presidente acredita que com o equilíbrio das contas atraves da RJ será mais fácil achar um investidor.  

O que a gente imagina nesse planejamento é efetivamente fazer com que a gente consiga estruturar a nossa dívida, como vamos pagar, de que forma vamos pagar e a partir daí criar a SAF — Afirmou Passos, que completou: — Essa questão da gente tentar primeiro ordenar a nossa casa, acertar as nossas dívidas e tentar achar um equacionamento para nossos problemas, eu diria que ele inclusive ajuda em atrair novos investidores. 

Durante a CPI o dirigente também afirmou que a Chapecoense foi procurada por bancos e escritórios, mas que nenhum deles apresentou uma proposta concreta. E ele foi realista e comparou uma possível venda da Chapecoense com o valor pelo qual o Cruzeiro foi adquirido: 

— A leitura que nós fazemos é pelo valor que foi negociado o Cruzeiro. A chapecoense é um time pequeno de uma cidade de 250 mil habitantes que teria uma exposição de mídia relativamente baixo, por causa da nossa localização. É um time de série B, então a gente imagina que esses investidores externos, aquele príncipe árabe que vem em cima de uma cavalo branco comprar os times, antes de chegar em Chapecó, vai passar por uma série de times no Brasil.

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