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Olimpíadas

Cheio de incertezas, calendário de 2021 prioriza seletivas olímpicas

Parte das modalidades olímpicas tende a passar a maior parte do ano com torneios nacionais ou regionais

Olimpíadas de TóquioOlimpíadas de Tóquio - Foto: Charly Triballeau / AFP

 Desde setembro, Ágatha e Duda já enfrentaram Ana Patrícia e Rebecca, as duas melhores duplas do vôlei de praia brasileiro, quatro vezes, todas em Saquarema. Os dois times que vão representar o Brasil em Tóquio podem se encontrar de novo na bolha montada no CT da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) daqui a duas semanas, em mais uma etapa do circuito brasileiro, no mesmo local.

Não há no radar qualquer outro confronto previsto com qualquer grande dupla internacional, exceto a Olimpíada, que começa daqui a 199 dias. Assim como no vôlei de praia, que não tem calendário internacional confirmado para 2021, boa parte das modalidades olímpicas tende a passar a maior parte do ano com torneios nacionais ou no máximo regionais. É esse o cenário do momento que, como estamos acostumados a lidar já nove meses, pode mudar a qualquer momento.

No tênis de mesa, por exemplo, o Mundial por Equipes, que deveria ter acontecido no ano passado e foi adiado para 2021, acabou definitivamente cancelado. Há uma etapa de circuito mundial marcada para março em Doha, e por enquanto é só. Os principais jogadores do país, como Hugo Calderano, jogam por clubes europeus, onde as competições interclubes estão ocorrendo com alguma normalidade. Logicamente, sem público, e com algumas partidas anuladas ou canceladas por casos de Covid-19.

No judô, o calendário também prevê apenas um torneio em Doha -o importantíssimo Masters, já a partir do próximo dia 11- e, depois, só a Olimpíada. Ao passo que a pandemia seja suavizada, a tendência é que outros torneios sejam incluídos, uma vez que a corrida olímpica segue aberta, mas ninguém parece querer se comprometer, marcando eventos que depois possam precisar vir a ser cancelados.

A Fina (Federação Internacional de Natação) demonstra mais otimismo e montou um calendário para o primeiro semestre que em quase nada se difere do tradicional, com etapas de circuito mundial de nado artístico, saltos ornamentais e maratonas aquáticas. O fundamental, porém, é conseguir realizar os Pré-Olímpicos dessas três modalidades, todos programados para o Japão, funcionando como evento-teste.

O de nado artístico deve ser o primeiro, na primeira semana de março, seguido pelo de saltos ornamentais, em abril, e de maratonas aquáticas, em maio. Isso se o Japão estiver com as fronteiras abertas e permitindo esse tipo de evento.

Essa semana teve a segunda-feira (4) com mais casos de Covid-19 confirmados em Tóquio desde o início da pandemia, 884, e a tendência é de aumento das restrições. Se os eventos fossem hoje, os atletas estariam impedidos de entrar no país.

Antes, já entre 19 e 24 de janeiro, a Pré-Olímpico Feminino de Polo Aquático vai acontecer na Itália, seguido do torneio masculino, de 14 a 21 de fevereiro, na Holanda, com a presença do Brasil. No ano passado, essa competição foi adiada na véspera, quando a seleção já estava na Europa.

O país também disputa o controverso Campeonato Mundial Masculino de Handebol, que deve começar no próximo dia 15 de janeiro, no Egito. O time só se reuniu pela primeira vez em quase um ano no último dia 27 de dezembro, em Portugal, e vai treinar menos de 20 dias.

Os jogadores estiveram reunidos na cidade portuguesa de Rio Maior, base da Missão Europa, do COB. O comitê havia firmado um contrato de locação do espaço para o ano de 2020 e estendeu mais alguns dias o acordo.


Agora, a tendência é uma variação deste modelo em 2021, com Rio Maior se tornando um posto avançado do COB na Europa. As seleções viajariam para Lisboa, passariam alguns dias nesse CT, e de lá seguiriam para os locais de competição. O próprio handebol pode fazer isso em março, quando joga o Pré-Olímpico na Noruega.

A seleção masculina joga o Pré-Olímpico em Split, na Croácia, entre 29 de junho e 4 de julho, enquanto o torneio classificatório de 3x3 será no final de maio, na Áustria. No atletismo estão previstas sete etapas da Diamond League até a Olimpíada, mas ninguém sabe ao certo quantas serão realizadas.

Um enorme problema é o calendário internacional de maratonas, bastante enxuto. As de primeiro escalão foram todas adiadas para o segundo semestre e, das de segundo, só sobraram as de Istambul e de Hamburgo, ambas em abril.

A ginástica aposta que o calendário tradicional será cumprido. A começar pela tradicional etapa de Cottbus, na Alemanha, da Copa do Mundo de Ginástica Artística. Até agosto estão programadas um total de 19 etapas de circuito mundial também na ginástica rítmica e na de trampolim.

Além dos Jogos Olímpicos, entre 23 de julho e 8 de agosto, o calendário de 2021 também prevê, claro, a Paraolimpíada, de 24 de agosto a 5 de setembro, a Universíade, de 18 a 29 de agosto, em Chengdu, na China, e a primeira edição dos Jogos Pan-Americanos Junior, de 9 a 19 de setembro, em Cali, na Colômbia.

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