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China

China censura denúncias do #MeToo de tenista contra alto dirigente

A censura bloqueou qualquer menção ao tema e as ferramentas de busca na China não mostram resultados para os nomes Peng e Zhang

Tenista chinesa, Peng ShuaiTenista chinesa, Peng Shuai - Foto: William West/AFP

Os censores da internet na China bloquearam nesta quinta-feira (4) todas as referências a uma mensagem atribuída à tenista Peng Shuai, que acusa um ex-vice-primeiro-ministro comunista de forçá-la a manter relações sexuais.

A explosiva acusação da tenista, ex-líder do ranking mundial de duplas e campeã em Roland Garros nesta categoria, foi rapidamente eliminada de sua conta oficial na rede social Weibo.

De acordo com capturas de tela que circulam na internet, a tenista de 35 anos acusou o ex-vice-premier Zhang Gaoli, um dos homens mais poderosos da China entre 2013 e 2018, de tê-la "forçado" a fazer sexo e depois a manter uma relação durante anos.

A publicação desapareceu rapidamente e a AFP não conseguiu comprovar a veracidade nem a autenticidade das capturas de tela. Os dados do Weibo indicam que Peng publicou algo na terça-feira em sua conta e a mensagem teve mais de 100 mil visualizações.

Desde então não foram registradas mais declarações da atleta nem uma resposta pública de Zhang, considerado um político próximo ao atual primeiro-ministro Li Keqiang.

A censura bloqueou qualquer menção ao tema e as ferramentas de busca na China não mostram resultados para os nomes Peng e Zhang.

Na longa mensagem exibida nas capturas de tela, Peng afirma que estava "muito assustada". "A princípio, rejeitei e continuei chorando".

Além disso, o texto afirma que os dois tiveram um relacionamento até que recentemente o político parou manter o contato com ela. A tenista supostamente afirma não ter provas, mas acrescenta que a esposa de Zhang sabia.

"Mesmo que não seja mais do que jogar um ovo contra uma parede, eu - cortejando o desastre como uma mariposa atraída por uma chama - explicarei os fatos sobre o que aconteceu", Peng supostamente escreveu na mensagem.

A China viu um incipiente movimento #MeToo em 2018, com denúncias que envolveram figuras públicas. Mas até agora nenhum escândalo havia afetado personalidades políticas de tanto destaque.

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