Futebol

China desiste de receber amistosos da Argentina após polêmica envolvendo Messi

Jogador foi criticado por aparecer em campo, e ainda por cima 'sorridente', contra o Japão, poucos dias depois de alegar problemas físicos e não enfrentar Hong Kong

Lionel Messi não jogou em amistoso em Hong KongLionel Messi não jogou em amistoso em Hong Kong - Foto: Peter PARKS / AFP

As autoridades chinesas desistiram de realizar dois amistosos envolvendo a seleção argentina em março, após a indignação gerada entre os torcedores locais pela ausência de Lionel Messi em um amistoso recente do Inter Miami em Hong Kong. A albiceleste havia anunciado uma turnê pela China de 18 a 26 de março com partidas contra a Nigéria, em Hangzhou, no leste, e contra a Costa do Marfim, em Pequim, na última fase de preparação antes da Copa América nos Estados Unidos, no meio deste ano.

Mas o clima ficou tenso em torno do capitão argentino depois que ele não participou do jogo contra Hong Kong devido a uma lesão sofrida em um amistoso no último domingo, pelo qual os torcedores chegaram a pagar mais de US$ 500 (quase R$ 2.500). Na noite de sexta-feira, o Hangzhou Sports Bureau anunciou em comunicado o cancelamento da partida entre Argentina e Nigéria.

“Considerando as razões que todos conhecem, segundo as autoridades competentes, não estão reunidas as condições para a realização do evento e foi decidido o seu cancelamento”, afirmaram.

Poucas horas depois, na manhã deste sábado, a Associação de Futebol de Pequim afirmou que a capital “não prevê, por enquanto, organizar o jogo em que Lionel Messi iria participar”. O astro argentino e o coproprietário do Inter Miami, David Beckham, deixaram o estádio de Hong Kong, onde muitos torcedores da China continental compareceram, sob vaias.

O '10' mal interagiu com o público, que lotou o estádio com as camisas albiceleste da Argentina e rosa do Inter Miami, e ainda evitou cumprimentar as autoridades no final da partida. A raiva entre os torcedores chineses aumentou três dias depois, quando viram um Messi "sorridente" jogar 30 minutos em outro amistoso no Japão.

O influente jornal nacionalista chinês Global Times questionou a “integridade” do futebolista em um editorial e exigiu uma “explicação razoável” para o que aconteceu antes dos jogos de março. Sob pressão das autoridades e da opinião pública, a revista Tatler Asia, organizadora do jogo em Hong Kong, prometeu o reembolso de 50% do preço do bilhete.

China, um mercado estratégico

O provável cancelamento representa uma dor de cabeça desportiva e econômica para a Associação Argentina de Futebol (AFA), que considera a China um mercado estratégico. Em junho de 2023, os novos campeões mundiais já disputaram um amistoso em Pequim, em uma visita que lhes permitiu fechar grandes contratos com empresas locais.

A AFA tem numerosos acordos de patrocínio com empresas chinesas como a cadeia de café Cotti Coffee, a principal empresa de laticínios do país, a Yili, ou a empresa alimentar Panpan Food, entre outras.

“Temos plena consciência da importância, singularidade e enorme potencial de crescimento da AFA no mercado chinês”, disse Leandro Petersen, gerente comercial e de marketing da AFA, em comunicado divulgado em janeiro.

No aspecto esportivo, esta viagem foi a última janela internacional para a equipe de Lionel Scaloni se preparar para a disputa da Copa América, na qual defende o título. Na rede social chinesa Weibo, a maioria dos internautas pareceu apoiar a decisão contra a seleção argentina.

“Se ele não respeita os torcedores chineses, não podemos deixá-lo tirar um centavo dos bolsos chineses”, escreveu um internauta. “Demos a ele nosso amor e ele nos trata assim. Ele merece esse revés”, disse outro.

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