China reage furiosa a pedido de Pelosi de 'boicote diplomático' aos Jogos de Inverno
Presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, pediu um "boicote diplomático" aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022
A presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, pediu um "boicote diplomático" aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022, o que provocou uma reação furiosa da China.
"Não podemos proceder como se não houvesse nada de errado em os Jogos irem para a China", declarou Nancy, na terça-feira (18), durante audiência conjunta da Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos e da Comissão Executiva do Congresso sobre a China, no momento em que os pedidos de boicote aos Jogos aumentam nos Estados Unidos.
"Infelizmente, estamos aqui porque a China segue aniquilando todos os dissidentes políticos", disse a democrata, acrescentando que os Estados Unidos têm a obrigação de "denunciar as violações dos direitos humanos na China".
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"Façamos um boicote diplomático se, de fato, estes Jogos forem realizados. Não sei se é possível, porque não conseguimos no passado", afirmou.
"Não honremos o governo chinês fazendo com que chefes de Estado vão à China. Que isso aconteça à luz de um genocídio que está em andamento enquanto os senhores estão sentados aí em suas cadeiras realmente traz a pergunta: 'Que autoridade moral os senhores têm para falar sobre direitos humanos em qualquer parte do planeta?'", questionou a democrata.
O pedido provocou a irritação de Pequim.
"Algumas palavras de pessoas dos Estados Unidos são apenas mentiras e desinformação. É um ataque clássico dos Estados Unidos que está condenado ao fracasso", criticou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian, nesta quarta.
Zhao também condenou uma "tentativa que busca perturbar, bloquear e prejudicar a preparação e a celebração dos Jogos Olímpicos de Inverno", ao mesmo tempo em que denunciou um "jogo desprezível" por parte de "alguns políticos americanos".
Pequim se tornará, em fevereiro de 2022, a primeira cidade do mundo a receber os Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, depois de ter organizado os primeiros em 2008.
A audiência conjunta também ouviu ativistas que condenaram o tratamento dispensado pela China à sua minoria uigure e a repressão política em Hong Kong.
"Ser anfitrião dos Jogos se tornou a solução comprovada para que regimes autoritários acobertem seus crimes, melhorem sua imagem em nível internacional e fortaleçam suas alianças", disse Samuel Chu, diretor-gerente do Conselho da Democracia de Hong Kong, grupo com sede nos Estados Unidos.
Em carta dirigida aos membros do Congresso, a diretora-geral do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, Sarah Hirshland, mostrou ser contra o boicote e afirmou que os Jogos serão especialmente importantes após a pandemia.
"Milhares de atletas de todo mundo diante das chamas olímpica e paralímpica marcarão a saída do mundo dos problemas do ano anterior. Nós também estamos preocupados com a situação na China, mas um boicote dos atletas aos Jogos não é a solução para os problemas geopolíticos", afirmou.
A China condenou os chamados por um boicote, alegando que os mesmos politizam o esporte. A Casa Branca se absteve de apoiar a iniciativa.