Olimpíadas

Classificação não pode esconder atuações pífias da Seleção em Paris

Brasil enfrenta a França, no sábado (3), pelas quartas de final do torneio olímpico

Brasil conheceu mais um resultado negativo no futebol feminino na Olimpíada de Paris Brasil conheceu mais um resultado negativo no futebol feminino na Olimpíada de Paris  - Foto: PHILIPPE LOPEZ/AFP

Fora a classificação às quartas de finais, que veio mais por demérito dos demais adversários do que propriamente mérito brasileiro, não existe mais o que se comemorar, quando o assunto é a seleção de futebol feminino do Brasil. Na verdade, apenas lamentos. 

A derrota para as atuais campeãs mundiais, nessa quarta-feira (30), no Estádio de Bordeaux, a 500km da capital francesa, expôs, mais uma vez, um time frágil, sem personalidade e sem tática alguma.

Não apenas no segundo tempo, quando esteve 61 minutos com uma jogadora a menos, depois da expulsão infantil da capitã e rainha Marta, ainda no primeiro tempo. Pelo contrário, defeitos presentes durante os 44 minutos do primeiro tempo, quando o técnico Arthur Elias tinha o time completo.

Isto não fica claro apenas nas estatísticas do primeiro tempo, em que a Espanha teve 55% de posse bola, nove finalizações contra apenas uma do Brasil, sete escanteios contra dois e as cinco defesas importantíssimas da goleira Lorena. 

Mas, os milhares (não muitos) de torcedores que estiveram presentes ao Estádio de Bordeaux e os outros milhões de espectadores ao redor do mundo, viram as jogadoras brasileiras praticamente assistindo às espanholas jogarem e, vez ou outra, quando dava, ensaiava um contra-ataque.

Não agradou ao público presente
 Alê é cantora, nascida em Salvador, na Bahia, e há 13 anos mora na França. Desde os 12 anos de idade, não ia a um estádio de futebol, o último havia sido a Fonte Nova. Para ver a seleção feminina, colocou a camisa do Bahia e se decepcionou com o que viu. “Esquema tático horrível, um buraco no ataque, não tinha ataque nenhum. Pena que a Marta recebeu cartão vermelho, foi feio para terminar uma carreira na Seleção”, analisou. 

Torcida brasileira na FrançaTorcida brasileira na França

(Possível) Despedida melancólica
Com a expulsão e aos 38 anos de idade, Marta só volta a vestir a camisa verde e amarela em Olimpíadas, caso o Brasil consiga fazer o que não fez nas duas últimas Copas do Mundo: vencer a França.

O time da casa foi responsável pela eliminação brasileira nas oitavas de final de 2019 e também voltou a vencer na fase de grupos do último mundial, em 2023, na Austrália e Nova Zelândia.

A camisa 10 da canarinha deixou o campo aos prantos e inconsolável. Do lado de fora, os torcedores presentes tentavam um acalento. Aplaudiam e gritavam pelo nome da Rainha, incrédulos que pudesse ser assim, desta forma abrupta e triste, que a história magnífica da maior jogadora brasileira de todos os tempos pudesse chegar ao fim.

“A única coisa que dá para dizer para a Marta, cara, é: ‘Obrigada, mulher!’”, garante Alê, “ela colocou a mulherada lá em cima, incentivou toda uma garotada feminina a entrar no esporte que é a nossa bandeira nacional, ela tem um trabalho irretocável, deu muito ao país. Não é por causa de um jogo em que ela recebe cartão vermelho que vamos virar o rosto para ela. A Marta só merece aplausos e muito carinho”, finalizou a cantora baiana.


 

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