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Futebol Internacional

Com acusações de racismo e homofobia, caso Neymar será analisado nesta quarta-feira

Neymar garante que foi chamado de "macaco" por adversário; TV espanhola mostra que Neymar pode ter respondido com termos homofóbicos

Neymar relatou ofensas racistas do jogador argentino Alvaro GonzalesNeymar relatou ofensas racistas do jogador argentino Alvaro Gonzales - Foto: FRANCK FIFE / AFP

O Comitê Disciplinar da Liga Francesa de Futebol Profissional (LFP) se reúne nesta quarta-feira para analisar as acusações de racismo ou homofobia contra o astro do Paris Saint-Germain, Neymar, e o zagueiro do Olympique de Marselha, Álvaro González, que correm um sério risco após o turbulento PSG-OM em 13 de setembro.

As questões que vieram à tona é se Álvaro realmente chamou Neymar de "macaco", como o brasileiro garante. Já este último teria respondido com palavras homofóbicas, segundo uma televisão espanhola. Outra suspeita é que o brasileiro também teria proferido um insulto racista ao japonês Hiroki Sakai, conforme afirma uma fonte próxima do Olympique.

Essas acusações animam um intenso debate desde o clássico do futebol francês, vencido pelo OM no Parque dos Príncipes (1-0) ao final de uma partida estranhamente agressiva que terminou com brigas, insultos e expulsões. 

O encerramento do caso está previsto para quarta-feira à noite, quando termina a reunião da Comissão Disciplinar da LFP, salvo improvável adiamento do veredito. A Comissão abriu uma investigação em 16 de setembro, três dias após o jogo, e teve duas semanas para investigar o caso.

Até 10 partidas de suspensão
Embora o regulamento disciplinar da Federação Francesa preveja dez partidas de suspensão por "comportamento racista ou discriminatório", essas sanções podem ser "reduzidas", "aumentadas" ou "deixadas sem cumprimento total ou parcial" de acordo com as "circunstâncias", afirma esse mesmo regulamento. 

A jurisdição é quase inexistente nesses tipos de questões: os casos envolvendo jogadores diretamente permanecem bastante raros na história recente da Ligue 1.

Em 2007, o atacante do Lyon, Milan Baros, foi punido por três jogos por ter tapado o próprio nariz e agitado a mão em frente, como se estivesse afastando o mau cheiro, ao se dirigir ao jogador do camaronês do Rennes, Stéphane Mbia. 

Mais recentemente, em 2013, o inglês do Olympique de Marselha, Joey Barton, foi suspenso por dois jogos, sem cumprimento, pelo Conselho Nacional de Ética (CNE) após chamar o zagueiro brasileiro Thiago Silva (na época jogador do PSG) de "gordo" e "transexual" nas redes sociais. 
 

Após alguns dias de acusações trocadas entre PSG e OM, a tensão foi reduzida enquanto se espera o veredito. "Deixamos a Liga fazer a investigação. O jogador foi convocado pela Comissão, não posso dizer nada se houver uma investigação, cabe à Liga fazer suas investigações", afirmou o treinador do Olympique de Marselha, André Villas-Boas, na quinta-feira passada, colocando panos frios.

 Técnico "preocupado"
O caso Álvaro-Neymar "dura", lamentou o colega Morgan Sanson. "Demos o nosso apoio ao Álvaro. Ele é muito forte mentalmente, muito complicado, é um grande cara focado na sua atuação, mas é difícil não ser afetado", acrescentou, após o espanhol ter feito uma reclamação depois de receber milhares de ameaças de morte após o jogo. 

Do lado parisiense, o treinador Thomas Tuchel disse estar "preocupado" com o veredito, e considerou as sanções já tomadas pela Comissão Disciplinar de "desequilibradas", quando "em campo tive a sensação de que a agressão e a reação foram equilibradas".

Até o momento, duas rodadas de sanções já foram aplicadas: a primeira afetou os jogadores do OM, Jordan Amavi (3 jogos) e Darío Benedetto (1 jogo), e os parisienses Layvin Kurzawa (6 jogos), Leandro Paredes (2 jogos além de um sem cumprimento) e também Neymar (2 jogos e mais um sem cumprimento). 

A segunda afetou o argentino Ángel di María (4 jogos) por cuspir na direção de Álvaro González. Isso deixará o PSG bastante desfalcado nas próximas semanas, enquanto aguarda a decisão sobre Neymar.

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