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Santa Cruz

Com apuração célere, sócios do Santa Cruz aprovam reforma do estatuto; veja o que muda no clube

Votação, que teve um total de 2498 votos, aconteceu em ambiente virtual

Estádio do ArrudaEstádio do Arruda - Foto: Rafael Melo/SCFC

Os sócios do Santa Cruz aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), a proposta de reforma do estatuto do clube. A votação, que se estendeu ao longo deste sábado (15) e aconteceu virtualmente, contou com 2498 participantes, dos quais 2464 se posicionaram a favor da reforma e 28 foram contrários; o pleito ainda teve seis votos em branco. Ao todo, 5746 sócios podiam votar. 

Por causa das restrições impostas pela pandemia da Covid-19, a votação aconteceu em ambiente virtual. O pleito teve início às 9h30 e se estendeu até as 20h, quando foi iniciada a apuração dos votos.

A Reforma precisava apenas de uma maioria simples para ser instituída. Uma outra condição para a aprovação, prevista na convocação da assembleia, era que pelo menos um quinto dos sócios votantes precisavam optar pela reforma; o quórum foi cumprido.

Segundo o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Mário Godoy, o novo estatuto não entra em vigor imediatamente. De acordo com Godoy, o novo texto será registrado em cartório dentro de um prazo de até 30 dias. Assim que for registrado, o novo estatuto entrará em vigor. 

O que muda em relação ao estatuto que está em vigor?
O novo estatuto apresenta mudanças em relação aos processos eleitorais que acontecem no clube. Entre os pontos abordados estão a abertura do direito ao voto a todas as categorias de sócios, a realização de eleições virtuais a partir de 2023, mudanças na distribuição de vagas no Conselho Deliberativo (chapas derrotadas na eleição presidencial poderão ter representantes no conselho), entre outras alterações.  

No primeiro capítulo do documento, que fala sobre a "natureza do clube" e aspectos relacionados à finalidade social da instituição, foi adicionado um artigo que prevê que os recursos do clube não podem ser distribuídos. “O Santa Cruz Futebol Clube destinará seus resultados integralmente à manutenção e ao desenvolvimento dos
seus objetivos sociais e não pode distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas a qualquer título”, diz o segundo artigo. 

 

Sócios
O quadro de sócios, que antes contava com sete categorias, foi enxugado. De modo que os "sócios beneméritos" (título concedido pelo Conselho Deliberativo a pessoas com “serviços prestados”) deixam de constar no documento. No estatuto atual, há um parágrafo que prevê que alguns sócios "não terão competência para votar". Tal parágrafo foi removido na proposta de reformulação. O artigo 26 prevê “direito a voto na Assembleia Geral Ordinária os sócios de qualquer categoria que estejam adimplentes com todos os seus deveres”.

O novo estatuto também prevê que “sócios contribuintes, patrimoniais, proprietários e subscritores ficam sujeitos ao pagamento de uma contribuição mensal”. Antes, somente os contribuintes eram obrigados a pagar mensalidades. Entre os “direitos” do sócio, foi adicionado a garantia da “informação do número exato de sócios adimplentes” sempre que solicitado.  

Os poderes do clube
A reforma prevê também uma diminuição no número de poderes do clube, com as extinções da Comissão Patrimonial e do Conselho de Administração. Com isso, apenas a Assembleia Geral, Conselho Deliberativo, Comissão Fiscal e Executivo serão mantidos caso o novo estatuto seja aprovado. A nova redação também garante uma autonomia do Conselho Fiscal. 

O conselho deliberativo também sofrerá um enxugamento. Serão até 100 vagas para beneméritos e 200 vagas para os conselheiros eleitos. O estatuto em vigor previa um conselho com até 500 membros. Ainda, o novo estatuto prevê uma abertura em relação às reuniões (que poderão ter a participação de todos os sócios) e restringe a participação dos conselheiros beneméritos que “não terão direito a voto e à participação na Mesa Diretora” caso não sejam eleitos.

Mudanças nas votações
A proposta também prevê que o clube “poderá promover, desde que verificada um número significativo de sócios aptos a votar em determinada região, a instalação de zonas eleitorais em outras cidades, com destaque para as cidades do interior''. Além disso, o novo texto dá abertura para a realização de eleições virtuais.

Um novo dispositivo também prevê uma cota de 10% para mulheres inscritas de cada chapa que conseguir representação na formação do Conselho Deliberativo. O conselho também poderá contar com 40% de sua composição formada por membros de chapas vencidas.

Base
A reforma prevê a obrigatoriedade da criação de uma “Diretoria de Base” a cada gestão. 40% da arrecadação do Conselho Deliberativo deve ser destinado à diretoria em questão. A proposta ainda prevê que pelo menos 30% do elenco profissional no futebol deve ser formado por atletas da base do Santa. 

Uniformes
O estatuto em vigor define que o uniforme um do Santa Cruz é o tricolor com listras horizontais; o segundo, o listrado com listras verticais e o terceiro a camisa branca com listras no peito. Já a nova proposta mantém a camisa com listras horizontais como uniforme um, mas faz com que a branca seja a camisa reserva - ordem que é popularmente conhecida - e o terceiro uniforme passe a ser o coral com listras verticais.

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