Com mercado brasileiro inflacionado, Sport recorre aos "gringos" para reforçar elenco
Segundo o presidente do clube, Yuri Romão, Leão não tem conseguido disputar contratações com equipes do Interior de São Paulo
Cair para a Série B do Campeonato Brasileiro não tem sido fácil. Principalmente para equipes de tradição do futebol brasileiro. Ter que lidar com a queda de receitas e uma nova realidade financeira exige muito jogo de cintura dos dirigentes. No Sport, por exemplo, está sendo assim. Ainda mais na hora de reforçar o elenco para a temporada. Com o mercado brasileiro inflacionado, o Leão tem recorrido aos países sul-americanos vizinhos na hora de contratar.
Até o momento, dois "gringos" já foram oficializados: o volante argentino Nicolás Watson e o atacante colombiano Ray Vanegas. No entanto, outros quatro atletas nascidos fora do Brasil interessam ao clube. Um deles, inclusive, já está no Recife. Trata-se do volante Blas Cáceres. Aos 32 anos, foi jogador do técnico Gustavo Florentín no Cerro Porteño, em 2015. O paraguaio passa por exames clínicos antes de ser anunciado pelo Sport. Além dele, o Rubro-negro negocia com o lateral-esquerdo uruguaio Lucas Hernández, do Cuiabá, e tem interesse no atacante paraguio Oscar Ruiz, do Bahia, e Steffano Pino, chileno do Santiano Morning.
No entanto, a CBF só impõe o limite de até cinco atletas estrangeiros em jogos do Brasileiro e da Copa do Brasil. Com isso, um dos nomes citados acima não deverá fechar com o Leão.
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Segundo o presidente em exercício do Sport, Yuri Romão, há vários fatores para a diretoria de futebol optar pela chegada de nomes internacionais. Um deles, além da parte financeira, é a concorrência. "Os jogadores sul-americanos têm um custo mais em conta, isso é um fato. Mas, outra dificuldade é trazer jogadores com o mínimo de desempenho, performance, para jogar quatro competições pelo clube. Outra é encontrar e trazer. Os que cabem no nosso orçamento estão empregados. Há dificuldade de tirar eles de onde estão aqui no Brasil", explicou.
Ainda de acordo com o dirigente, mesmo o Sport sendo um clube de relevância nacional, nesse começo de temporada o clube não tem conseguido competir nem mesmo com equipes do interior de São Paulo na hora de "brigar" por um jogador. Isso porque, o Campeonato Paulista é o estadual com maior visibilidade e rentabilidade. Em 2021, por exemplo, o São Paulo, campeão local, faturou R$ 33,5 milhões.
"Muitos atletas que fomos atrás já tinham contrato para jogar o Paulista por clubes do interior. O contrato deles com televisionamento é seis ou sete vezes maior que o Sport ganha aqui. Eles têm verba para levar jogadores, muitos deles não vieram por isso. Alguns só querem liberar depois do Paulistão, não podemos esperar. Além disso, o próprio histórico recente do clube, com salários atrasados, pesa. São fatores que hoje vão contra nós, não nos ajuda", detalhou o mandatário.