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BASQUETE

Como LeBron James tem se tornado ainda mais eterno na história do basquete

Depois de 21 anos, astro segue contrariando prognósticos, exalando longevidade e pode atingir novas marcas; saiba quais

LeBron James ovacionado pelos fãs após o jogo entre Los Angeles Lakers e Menphis Grizzlies LeBron James ovacionado pelos fãs após o jogo entre Los Angeles Lakers e Menphis Grizzlies  - Foto: Justin Ford/Getty Images via AFP

"O Cleveland Cavaliers garantiu sua maior vitória na História na noite de quinta, ao vencer a loteria do draft e ganhar o direito de selecionar James, o fenômeno do ensino médio de 18 anos de Akron", dizia matéria da ESPN americana em maio de 2003.

Meses depois, o jovem James, LeBron James, pisava em quadra para marcar para sempre não só o basquete americano, mas mundial. Depois de 21 anos, ele segue escrevendo novos capítulos, contrariando prognósticos e exalando longevidade. Na reta final de mais uma temporada da NBA, o astro de 39 anos até admite que a carreira está chegando ao fim. Mas os feitos na quadra seguem o colocando em uma posição cada vez mais nobre na eternidade do basquete.

Em fevereiro do ano passado, o craque hoje no Los Angeles Lakers já havia se tornado o maior cestinha da história da NBA, superando Kareem Abdul-Jabbar. Poucas semanas depois, quebrou o recorde da lenda Oscar Schmidt e se tornou o maior pontuador da história do esporte, ultrapassando os 49.737 do Mão Santa.

— Não vou (seguir jogando) por muito tempo. Já estou do outro lado da montanha, o de descida. Não vou jogar mais 21 anos, com certeza. E não vou levar mais tanto tempo (para parar). Não saberei como ou quando essa porta vai se fechar até que me aposente. Mas não tenho muito tempo pela frente — afirmou, de forma enigmática, após marcar 40 pontos sobre o Brooklyn Nets no último dia 1º.

Entre as 21 temporadas que disputou, LeBron está perto de fechar a 20ª com média de pelo menos 25 pontos. Algo que nem nomes como Michael Jordan, Kobe Bryant e Kevin Durant (ainda em atividade, com 15 na conta) conseguiram.

O número nas costas só mudou, em alguns momentos, do 23 para o 6. No currículo, estão três franquias: além das duas passagens pelos Cavaliers e da atual nos Lakers, representou o Miami Heat. Nessas duas décadas de liga, LeBron se transformou fisicamente e mudou seu jogo — da primeira metade da carreira, quando foi um monstro em explosão física e ataque à cesta, à segunda, quando refinou ainda mais seus fundamentos e se transformou numa referência técnica em cada time que pisava.

Foi ala-armador, ala, ala-pivô e até pivô (brevemente, agora nos Lakers). No início da passagem, voltou ao perímetro, como armador. Hoje, não tem exatamente uma posição fixa, embora atue mais perto do garrafão.

 

LeBron é o recordista em pontos na temporada regular e nos playoffs e o quarto maior em assistências na história da liga. Também é o único com um “triplo-duplo” na casa dos milhares em pontos, assistências e rebotes. Desde que iniciou a carreira profissional, na temporada 2003/04, o craque marcou 0,78% dos pontos da NBA. O número pode não parecer impactante, mas, numa liga que hoje passa dos 500 jogadores por temporada, a cada 128 pontos marcados (menos do total de uma partida, em média), um foi de LeBron.

Enquanto seguiu mantendo o nível altíssimo, o camisa 23 viu vários craques e grandes jogadores que haviam sido selecionados em seu draft ou em posteriores iniciarem e encerrarem a carreira. Nomes como os ex-companheiros de Heat Chris Bosh e Dwyane Wade, o amigo Carmelo Anthony e atletas importantes como Andre Iguodala, LaMarcus Aldridge, Rajon Rondo, Joakim Noah e Marc Gasol.

Foram vários feitos extraordinários em quadra: do jogo 5 das finais do Leste que “ganhou sozinho” pelos Cavaliers contra o Detroit Pistons em 2007, com apenas 22 anos, passando pelas três finais e dois títulos com um avassalador Miami, culminando no retorno triunfal a Cleveland. Lá, ele proporcionou à franquia seu primeiro título, em 2016, virando um 3 a 1 na série e atrapalhando a hegemonia do Golden State Warriors numa incrível rivalidade com o amigo e conterrâneo de Akron (Ohio) Stephen Curry — um título marcado pelo histórico toco em Iguodala.

Como se não fosse suficiente, LeBron ainda liderou os Lakers na conquista do título de 2019, que fez a franquia de Los Angeles empatar em vitórias com o Boston Celtics, então maior campeão, com 17 taças. Em dezembro, ainda conquistou o recém-criado In-Season Tournament.

Neste 2024, o craque tem algumas missões. A primeira é chegar ao playoffs pela 17ª vez. Terá que passar pelo play-in contra o New Orleans Pelicans em confronto amanhã. A segunda é disputar os Jogos Olímpicos de Paris-2024, onde deve capitanear um grupo de estrelas da liga. E, com o filho Bronny se declarando ao próximo draft, marcado para junho, também se vê perto de se tornar o primeiro atleta a atuar junto ou contra o próprio filho nas quadras da NBA, um objetivo pessoal.

— Tem sido uma viagem fantástica. Todos os anos vêm com uma montanha-russa nova, e passamos muito tempo nessas montanhas-russas. Vários pontos altos, vários loops, alta velocidade, e você sai entusiasmado, querendo ir de novo. Minha carreira tem sido isso. Alguns socos no estômago, emoção, gritos, às vezes não dá para respirar, mas eu sempre quero fazer de novo. Têm sido um prazer e uma honra até agora esses 20 anos, os altos e os baixos, as provações e os problemas — disse o LeBron após quebrar a barreira dos 40 mil.

Na reportagem da ESPN americana de 2003, um jovem LeBron, de 18 anos, fez uma promessa: “Não garanto um título, mas garanto que vamos ficar melhores a cada dia. Muito melhores que no último ano”. Vinte e um anos depois, esse jovem é conhecido como rei na NBA.

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