Náutico

Conselho deliberativo do Náutico aprova o uso da camisa preta, lançada em campanha contra o racismo

Camisa poderá ser usada como terceiro uniforme

Camisa 'Vidas negras importam', lançada pelo Náutico em setembro de 2020Camisa 'Vidas negras importam', lançada pelo Náutico em setembro de 2020 - Foto: Reprodução/TimbuShop

O conselho deliberativo do Náutico aprovou, nesta semana, o uso da camisa "Vidas negras importam", lançada em setembro de 2020. As discussões acerca da utilização do uniforme, de cor predominantemente preta, se estenderam desde o lançamento da campanha. Inicialmente, restrições impostas pela gestão do clube permitiam que a camisa fosse usada apenas pelos goleiros e não como um terceiro uniforme.

Na ocasião do lançamento do uniforme, a campanha desenvolvida pelo clube e veiculada nos canais oficiais do Timbu ganhou projeção nacional. Com um teor autocrítico, o Náutico reconheceu um passado racista - foi o último clube do Recife a aceitar negros no elenco - e afirmou não se orgulhar das práticas excludentes promovidas pelo clube em outros tempos. Em comunicado oficial, o clube externou a intenção de "contribuir efetivamente no discurso e na prática das ações contra o racismo".

A campanha contou com a participação do ex-goleiro alvirrubro, Nilson. Quando atuava pelo Santa Cruz, o ex-atleta sofreu insultos racistas vindos da torcida do Náutico, clube que viria a defender anos depois do episódio. 

Com o sucesso da campanha, parte da torcida reivindicou, por meio das redes sociais, que a camisa fosse utilizada como um uniforme alternativo. O padrão foi utilizado pelos jogadores de linha apenas em uma ocasião, nos primeiros 45 minutos da partida contra a Chapecoense, disputada no dia 18 de setembro de 2020, nos Aflitos. 
 



De acordo com o presidente do conselho deliberativo do Náutico, Alexandre Carneiro, o uniforme especial seria - inicialmente - utilizado apenas pelos goleiros. O dirigente, que reconhece que houve uma "omissão" na época do lançamento da campanha, afirma que o pedido para o uso da camisa como terceiro uniforme "chegou apenas em março". "A controvérsia publicizada na época é nosso dever respeitar, faz parte em um grupo de 270 conselheiros, e assim existe na torcida também, não haverá unanimidade", disse.

"Nunca houve maioria para reprovação de nada relacionado a camisa preta. Foi uma falácia gerada pelo impacto do conteúdo de atas da reunião vazadas ou publicizadas", afirmou Alexandre. 

O presidente do conselho também afirmou que "as ações afirmativas para o crescimento do clube estão em pauta permanente por meio de um grupo de trabalho que é coordenado pelo professor e conselheiro do Náutico, Juliano Domingues". "Com esses debates e trabalho desse grupo, será suprida a omissão que houve no lançamento da campanha", comenta Carneiro. 

 

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