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Conselho do Náutico não descarta constituir SAF com ações do clube; entenda

Ideia seria ter uma SAF própria, podendo negociar de forma independente; em paralelo, clube negocia com o Consórcio Timbu

Reunião do Conselho Deliberativo do NáuticoReunião do Conselho Deliberativo do Náutico - Foto: Gabriel França/CNC

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“Todos os caminhos levam à SAF, mas precisamos avaliar qual o melhor”. Em entrevista à Folha de Pernambuco, o economista e ex-presidente do Náutico, Márcio Borba, que atualmente ocupa o posto de primeiro-secretário da Mesa Diretora do Conselho Deliberativo, detalhou como o órgão tem avaliado o cenário envolvendo a mudança no modelo de gestão para se tornar futuramente uma Sociedade Anônima de Futebol, citando o projeto do Consórcio Timbu e uma segunda alternativa proposta por conselheiros.

“A primeira solução é a do Consórcio, que já se materializou em forma de proposta vinculante. A outra foi protocolada por um grupo de conselheiros, com a sugestão de o Náutico ter a própria SAF, sendo proprietário de 100% das ações, como o Fortaleza. Aí, em um segundo momento, poderia vendê-las se quisesse. Mas é preciso dizer que criar a SAF do clube não exclui negociá-la posteriormente para esse mesmo grupo de investidores”, disse Borba. 

Na primeira reunião entre o Conselho Deliberativo e o grupo de investidores, ficou acertado que os conselheiros teriam um prazo de 15 dias corridos para enviar perguntas ao grupo. Em seguida, se inicia o período de cinco dias para as respostas. 

“Já temos mais de 30 questionamentos ao Consórcio Timbu. Vamos enviar todos para os investidores, com uma cópia para o Executivo. Estamos apostando que eles enviarão uma segunda proposta, com os pontos atendidos. Existem algumas questões jurídicas que precisam ser esclarecidas”, iniciou o conselheiro. 

Borba detalhou as propostas que geraram dúvidas nos conselheiros. "Temos empresas citadas na apresentação dos investidores, mas há somente a assinatura de Fransérgio Bastos (CEO da agência de marketing esportivo Flashforward Group)”, declarou.

“Outra questão foi a de praticamente fazer o patrimônio do Náutico ser 100% integralizado na SAF, algo que o Estatuto proíbe. Eles vão ter 100% do patrimônio e depois a associação ficaria com 90%? Além disso, dos R$ 400 milhões previstos para o futebol, R$ 230 milhões já seriam da própria projeção de orçamento do clube, com o Consórcio completando somente com R$ 170 milhões. Nesse cenário, o Náutico entraria com 100% do patrimônio e 57,5% do aporte da geração. Muitos conselheiros questionam esse ponto. O Conselho é aberto e transparente, mas precisamos ter cuidado porque cuidamos de uma instituição de 123 anos de história”, finalizou.

Em caso de aprovação no Conselho Deliberativo, a proposta terá de ser enviada para a Assembleia Geral de Sócios. Os  investidores apresentaram projeções para o clube nos próximos anos. Alguns pontos em destaque são o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro até 2029, reforma e modernização dos Aflitos, presença do Náutico entre os cinco clubes nordestinos mais bem colocados no ranking da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e na lista dos 20 maiores em categorias de base no Brasil.

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