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Futebol

Convicção e paciência: Santa fortifica pilares e colhe frutos

Santa edifica trabalho degrau a degrau e progride com números que colocam Itamar Schülle em evidência

Itamar Schulle, técnico do SantaItamar Schulle, técnico do Santa - Foto: Rafael Melo/Santa Cruz

Paciência: palavra originada do latim, com raiz indo-europeia, que, entre suas abreviantes, significa capacidade de suportar ou resistir. Etimologia mais do que adequada para definir as escolhas dos caminhos trilhados pelo Santa Cruz na temporada. Ao todo, são 19 jogos disputados, 12 vitórias, quatro empates e três derrotas. Uma eliminação e duas classificações. Números que colocam em evidência o trabalho construído por Itamar Schülle e sua comissão técnica à frente do elenco: degrau por degrau, mirando um jogo de cada vez. 

Ainda na pré-temporada, o grupo tricolor passou por uma reformulação considerada tardia e lenta. Por isso, a expectativa era que, dentro de campo, o time demorasse a engatilhar. Apesar das dificuldades financeiras, elenco enxuto e desgastado com a maratona de jogos enfrentada desde o início do ano - entre Estadual, Copa do Nordeste e Copa do Brasil -, não foi o que aconteceu. 

No Estadual, o Tricolor faz a melhor campanha entre todos os clubes do Brasil, com admiráveis 92,5% de aproveitamento, envolvendo os nove confrontos que disputou ao longo da primeira fase. No Nordestão, um crédito foi adicionado na conta coral. Após o triunfo perante o River/PI, o time soma 54,1% de aproveitamento no torneio, figurando no quadro dos clubes com defesa menos vazada do Regional com apenas seis gols sofridos. Na teoria, ainda embolsou, entre a participação na primeira fase (R$ 1,7 milhão) e o avanço às quartas de final (R$ 300 mil), um total de R$ 2 milhões em receitas, fora o montante adquirido com a participação e ao passar da primeira fase da Copa do Brasil (R$ 540 mil + R$ 650 mil).

 

A explicação para os feitos conquistados até aqui, porém, não se restringem à matemática. Embora a cobrança por reforços seja uma constante no Santa, o técnico Itamar Schülle tem se mostrado crucial para o status de bem-sucedido ao Mais Querido. Muito por conta do trabalho que vem desempenhando. Entre carências e adaptações, o catarinense procurou conhecer as características individuais e coletivas de seus comandados e, a partir disso, soube utilizar as peças disponíveis, mesmo sob improvisos em algumas situações. Com um detalhe: o Santa Cruz manteve a mesma pegada nas duas competições em que disputa atualmente. 

Itamar, por exemplo, não tem se mostrado adepto a mudanças bruscas na equipe, o que tem rendido solidez e entrosamento ao grupo, tanto por parte dos titulares, quanto de boa parte dos reservas alçados no decorrer das partidas. Com ressalvas, ainda, no meio de campo e das laterais, que precisam ser reforçadas. 

Diante da boa fase, logo começam a surgir brechas para um favoritismo no duelo perante o Confiança, amanhã, às 18h30, no estádio Joia da Princesa, em Feira de Santana. Sombra que o comandante da Cobra Coral faz questão de se distanciar, ainda mais sob a possibilidade de ter à espera do clube uma receita de R$ 375 mil, caso avance à semifinal. 

"O favoritismo é dentro do campo estar concentrado, determinado. Quem vai ganhar o jogo é quem veste a camisa. É aquele que trabalha e se prepara. O jogo não se ganha em 90 minutos. Vamos pegar uma grande equipe que é o Confiança, que buscou sua classificação com méritos. E o Santa Cruz vai se preparar da melhor maneira possível".

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