Corinthians e Palmeiras chegam à final do Paulista com jovens em busca de protagonismo
Corinthians e Palmeiras fazem o primeiro jogo da decisão nesta quarta (5), às 21h30, em Itaquera
Na última vez que o Palmeiras venceu o Corinthians em uma final de Campeonato Paulista, em 1993, o volante palmeirense Patrick de Paula ainda não tinha nascido. A mãe de Éderson também não havia dado à luz o volante corintiano quando o clube alvinegro, em 1995, bateu o rival pela primeira vez em uma decisão do torneio.
Em busca de glórias como aquelas que seus antecessores construíram na história do dérbi, os jovens tiveram participação decisiva na classificação de suas equipes à final do Estadual deste ano.
Sem público por causa da pandemia de Covid-19, que já matou mais de 23 mil pessoas em São Paulo até esta terça-feira (4), Corinthians e Palmeiras fazem o primeiro jogo da decisão nesta quarta (5), às 21h30, em Itaquera, com transmissão da Globo. A partida de volta acontecerá no sábado (8), no Allianz Parque, às 16h30.
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Se as atenções para o retorno de campeonato estavam voltadas principalmente para o desempenho de Luan e a chegada de Jô, foi Éderson, 21, quem roubou a cena no time do técnico Tiago Nunes. O volante já marcou três gols desde a retomada do Paulista, todos em chutes de fora da área.
Contra o Oeste, entrou no intervalo no lugar de Camacho e marcou, já no fim da partida, o segundo gol do Corinthians na vitória por 2 a 0, que confirmou a classificação alvinegra ao mata-mata.
Nas quartas de final, diante do Red Bull Bragantino, foi titular e arriscou de longe mais uma vez, contando com falha do ex-corintiano Julio César para abrir o placar contra a equipe de Bragança Paulista -Jô, em sua reestreia pelo clube, marcou o segundo.
Em outro chute de fora da área e nova falha do goleiro, desta vez de Kewin, do Mirassol, o volante anotou o gol do triunfo sobre o Mirassol que colocou o Corinthians na final, a quarta consecutiva no Estadual.
Éderson, que chegou sem custo ao clube em fevereiro deste ano após deixar o Cruzeiro, teve pouco tempo antes da interrupção do campeonato para mostrar seu futebol.
Desde a volta do Paulista, porém, assumiu a titularidade e a condição de protagonista no meio de campo, importante para a saída de bola especialmente com a ausência do colombiano Cantillo, que contraiu Covid-19 e ainda recupera a melhor forma física.
"O Éderson tem o atributo do chute. É um jogador que tem uma chegada no último terço [do campo], trabalha de intermediária a intermediária. Estamos tentando potencializá-lo em uma posição que cresça. E só faz gol de fora da área quem arrisca, e ele tem esse atributo", afirmou Tiago Nunes após o triunfo do último domingo (2), em Itaquera.
Além de Éderson, outra boa notícia para o treinador corintiano foi a afirmação, ao menos nesta retomada do torneio, de outro jovem. Revelado pelo clube, o lateral esquerdo Carlos, 21, assumiu a titularidade da posição após a decisão de Tiago Nunes de levar Danilo Avelar para a zaga ao lado de Gil.
Com Carlos, que tem a concorrência de Sidcley, o Corinthians ganha mais segurança defensiva e permite ao lateral direito Fagner mais liberdade para se juntar ao ataque.
No rival Palmeiras, o protagonismo da classificação à decisão também teve a assinatura de dois jovens, ambos formados em casa.
Patrick de Paula, 20, foi o autor do gol que deu ao time alviverde o triunfo por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, que colocou o clube na final do Campeonato Paulista, reencontrado o rival que o derrotou em 2018.
O meio-campista foi descoberto pelo Palmeiras em 2016. Até então, jogava bola em um projeto social do bairro de Santa Margarida, na zona oeste do Rio de Janeiro, o Cara Virada Futebol Arte, e também pelo Mamaô, um outro time da comunidade onde vivia e que disputava a Taça das Favelas.
Foi a qualidade de passe e o chute de fora da área mostrados no torneio amador que chamaram atenção de um olheiro alviverde, que o levou para a base do clube.
Patrick ganhou a companhia no meio de campo do colega Gabriel Menino, 19, outro dos seis atletas que foram promovidos ao profissional no início desta temporada e que já chegou a ser utilizado por Vanderlei Luxemgurgo na lateral direita.
Ao lado do experiente Ramires, 33, a dupla de jovens barrou nomes como Lucas Lima, Gustavo Scarpa e Zé Rafael e deu mais mobilidade ao meio de campo palmeirense.
Luxemburgo já afirmou que os garotos deverão oscilar na equipe principal, mas aposta na qualidade deles, que começam a dar ao time uma cara na busca pela escalação ideal nesta retomada de 2020, principalmente depois que o atacante Dudu deixou o clube.
"Não tenho problema de colocar moleque de 16, 17 anos. Eles estão acostumados. Essa molecada não está nem aí para nada. Patrick vem da favela, com tiro para todo lado. Vai tremer com futebol? Estou feliz com a garotada", disse Luxemburgo, após a classificação para a final do Campeonato Paulista.
Foi com o treinador, inclusive, que o Palmeiras conquistou seu último título do Estadual, em 2008.
Na época, Patrick de Paula e Gabriel Menino ainda eram garotos que sonhavam em se tornar jogadores, assim como os corintianos Éderson e Carlos. Não só realizaram o sonho, como estão próximos de deixarem suas marcas na história centenária do dérbi.
Estádio: Itaquerão, em São Paulo
Horário: 21h30
Juiz: Raphael Claus
CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Gil, Danilo Avelar e Sidcley (Carlos Augusto); Gabriel, Ederson e Luan; Ramiro, Mateus Vital e Jô. T.: Tiago Nunes
PALMEIRAS
Weverton; Marcos Rocha, Vitor Hugo (Luan), Gustavo Gómez e Diogo Barbosa (Viña); Patrick de Paula, Gabriel Menino e Ramires; Willian, Rony e Luiz Adriano. T.: Vanderlei Luxemburgo