CPI

CPI da Manipulação do Futebol é encerrada sem votação de relatório: "Doutorado em pizzaiolo"

Oposição pede vista no último dia de funcionamento da comissão, e agora quer mirar nas bets em outra comissão

CPI da Câmara investigoui esquemas de manipulação de resultados de partidas de futebol profissional no Brasil CPI da Câmara investigoui esquemas de manipulação de resultados de partidas de futebol profissional no Brasil  - Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Após quatro meses de audiências, a CPI da Manipulação de Resultados em Jogos de Futebol terminou na última sexta-feira (22) sem votação de qualquer relatório. No último dia de funcionamento, o parecer do deputado Felipe Carreras (PSB-PE) teve um pedido de vista concedido após pedido da oposição, logo no início da sessão. Com isso, sem prazo estendido pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), não há mais tempo para deliberação.

Em sessão de pouco mais de 30 minutos, os parlamentares lamentaram o encaminhamento dos trabalhos e não trataram de uma nova prorrogação como uma opção viável. Pelo regimento, ainda é possível estendê-la por mais 48 dias — até aqui, foram 120 dias, com mais 12 de prorrogação.

— Infelizmente não teremos prazo para aprovar o relatório — disse o presidente da CPI, Julio Arcoverde (PP-PI).

O texto do relator sobre esquemas que envolvem jogadores e apostas esportivas não apresentou pedidos de indiciamento em seu parecer. O deputado sugeriu a elaboração de quatro projetos de lei com o objetivo de resguardar o esporte de práticas fraudulentas.

Deputados da oposição, que queriam focar os trabalhos nos meios de pagamento e atuação das "bets", as empesas de apostas, não aceitaram endossar o parecer.

— Não vai alterar sem absolutamente nada (o pedido de vista). É melhor não acabar numa pizza. É melhor terminar num doutorado pizzaiolo — disse Wellington Roberto (PL-PE).

Constrangimento

A rápida sessão foi marcada pelo constrangimento gerado por reportagem da "Veja". No sábado, a revista trouxe relatos de que Carreras teria pedido R$ 35 milhões de propina para blindar as casas de apostas na CPI — o parlamentar nega qualquer pedido de vantagem indevida.

De acordo com a reportagem, o deputado teria pedido um pagamento de R$ 35 milhões a Wesley Cardia, presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL).

Ainda de acordo com a "Veja", Cardia procurou José Francisco Manssur, secretário-especial do Ministério da Fazenda, para fazer a acusação a Carreras e também para dizer que havia sido abordado por outros deputados que buscavam conseguir vantagens financeiras.

Em nota, a ANJL rebateu as informações da publicação da Veja, afirmando que a questão não foi tratada no âmbito do Ministério da Fazenda.

Antes da sessão, a expectativa da oposição era que Carreras "sangrasse" durante a audiência. Mas a reunião foi rápida, sem registro

Nova investida

Com o encerramento da CPI, o grupo insatisfeito com o relatório de Carreras deve tentar levar o foco sobre empresas de apostas para a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. Inclusive com o objetivo de esclarecer o caso publicado pela revista.

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