Daniel Alves: entenda por que apenas o depoimento da vítima será a portas fechadas na Espanha
Tribunal de Barcelona procura proteger a identidade da jovem que acusa o jogador de estupro
Nesta quinta-feira, a Justiça da Espanha decidiu aspectos do julgamento do ex-jogador de futebol Daniel Alves, acusado pelo estupro de uma jovem de 23 anos em Barcelona.
Com início marcado para a próxima segunda-feira, os juízes da capital espanhola optaram por tornar audiência pública, negando os pedidos do Ministério Público e dos advogados de defesa da vítima para que o julgamento fosse privado. A medida, no entanto, não contempla o depoimento da jovem, que será realizado 'a portas fechadas' para preservar sua identidade.
A decisão ocorre após a mãe de Daniel, Lúcia Alves, usar suas redes sociais para questionar o caso e expor fotos da jovem em momentos com amigos. Ainda assim, mesmo que a audiência seja, os juízes determinaram limitações de acesso, por exemplo, profissionais de imprensa não poderão realizar gravações, nem tirar fotos da vítima e de familiares da jovem que possam testemunhar.
E, apesar de ter gravação própria da audiência por medidas de segurança, o Tribunal concordou em captar as imagens e o áudio com alterações que dificultem a identificação da vítima, para o caso de vazamento de dados oficiais.
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A decisão também exige que o Ministério Público, testemunhas, advogados e peritos não se refiram à jovem por seu nome ou apelido; apenas a tratem como "denunciante". Em 31 de dezembro de 2022, mesmo dia em que o abuso teria ocorrido, quando foi à polícia, a vítima manifestou preocupação em ter a identidade e informações pessoas expostas.
Os magistrados compreendem que, devido à repercussão do caso, a quantidade de informação e o impacto midiático, os efeitos da exposição podem vitimar a jovem com a perda de sua privacidade.
A partir da próxima segunda-feira, Daniel Alves enfrenta o pedido do Ministério Público de nove anos de prisão, em um julgamento que vai durar três sessões.