Danilo, capitão da Seleção Brasileira, comenta casos de Robinho e Daniel Alves
Capitão da seleção brasileira deu um breve discurso de reflexão e conscientização
Em entrevista coletiva que antecede o amistoso entre Brasil e Inglaterra, em Londres, o zagueiro Danilo, capitão da seleção brasileira, deu sua opinião sobre os recentes casos envolvendo Daniel Alves e Robinho, ex-jogadores da seleção, condenados por estupro.
O zagueiro da Juventus mostrou serenidade para tratar sobre o assunto e afirmou que jogadores precisam ser "exemplo" dentro de fora de campo em termos de condutas sociais, principalmente pela influência que jogadores de futebol tem para a sociedade, tanto de forma positiva, quanto de forma negativa.
- Hoje como um dos jogadores de mais tempo dentro da seleção brasileira, exercendo o papel que eu exerço, é importante que eu fale do tema, eu acho que sim que é necessário passar por uma conscientização, e aqui fica o meu convite falando aqui para o Rodrigo também, uma conscientização que parte dentro da seleção brasileira das categorias de base, mas também gostaria de fazer a reflexão de que a gente não faz o julgamento de que isso acontece só no futebol, eu acho que é um reflexo da nossa sociedade, ela vem se espelhar no futebol. Eu acredito que nós, enquanto atletas de alto nível, temos que entender qual o nosso papel, qual o lugar que a gente ocupa, entender que as nossas ações têm um poder muito maior de influenciar positivamente ou negativamente. Eu acho que está na hora da gente entender melhor que o nosso papel. Para o futebol, o nosso papel principal é sim representar os nossos clubes e a seleção brasileira, mas é também precisamos servir de exemplos de comportamento e de forma de lidar fora de campo também para a juventude - disse Danilo.
O capitão da seleção brasileira aprofundou ainda mais o seu discurso, e fez um apelo para a CBF para começar um processo de conscientização com os jogadores, desde a base, até os profissionais, para um momento de reflexão da sociedade atual.
- Procuro muitas vezes me dissociar da figura como jogador de futebol porque a vida continua, ser jogador de futebol é uma parte da minha vida, eu tenho uma outra parcela de vida que também é importante. E dentro dessa parcela, cabe aprendizado, cabe um crescimento pessoal, que é isso que eu busco. Nós temos que entender que nós temos mães, irmãs, filhas, esposas, namoradas, e que essas mulheres passam por provações ou pensamentos que nós, enquanto homens, não passamos. Que é uma coisa de pensar com que roupa vai sair ou não por um julgamento, por abrir um suposto precedente para qualquer coisa. Eu conversando com uma pessoa, ela me disse: 'Olha, muitas vezes, se tem um caminhão parado na rua, numa calçada, eu não passo atrás daquele caminhão, porque eu fico com receio de que talvez possa ter ali alguém que vá me fazer mal". Nós, enquanto homens, acho que a gente não tem esse tipo de pensamento, esse tipo de receio. Então, é muito importante que a gente fala aqui para o Rodrigo (diretor de comunicação da CBF), aqui representando a direção da CBF, poder iniciar essa conceitização. Trazer conversas e debates principalmente para a juventude, onde a gente consegue informando, de uma forma mais genuína, esse pensamento um pouco mais refletitivo e se colocando no lugar principalmente das mulheres de uma forma um pouco mais empática e que elas possam ter mais liberdade para poder ocupar os lugares que elas merecem ocupar - finalizou Danilo sobre o assunto.