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De 1924 a 2024, Jogos Olímpicos permitiram superar limites esportivos

O número de modalidades esportivas aumentou consideravelmente, passando de 126 há um século, para 329 este ano

Anéis olímpicos na Torre Eiffel, antes dos próximos Jogos Olímpicos de Paris 2024Anéis olímpicos na Torre Eiffel, antes dos próximos Jogos Olímpicos de Paris 2024 - Foto: Bertrand Guay / AFP

Os Jogos Olímpicos voltam a Paris 100 anos depois da edição anterior na capital francesa. Desde 1924, os eventos olímpicos são um momento de avanço do esporte, tanto em sua expansão mundial como nos recordes individuais.

Há 100 anos, atletas de 44 países competiram em Paris. Em 2024, mais de 200 delegações olímpicas estarão na cidade para os Jogos.

O número de modalidades também aumentou consideravelmente, passando de 126 há um século para 329 este ano.

Embora tenha recebido bem menos eventos, nove recordes mundiais foram batidos nos Jogos de 1924.

Com mais atletas e mais internacionalização, os Jogos também adquiriram outra dimensão esportiva, como ilustram algumas de suas provas mais emblemáticas.

- 100 metros rasos
Os velocistas americanos dominavam os 100 metros rasos, principal prova do atletismo desde as primeiras edições dos Jogos modernos.

Mas isso mudou em Paris 1924, onde o britânico Harold Abrahams venceu com o tempo de 10.60 segundos.

A história de Abrahams, junto com a do escocês Eric Liddell, que por sua fé cristã se negou a correr em um domingo e se conformou com a vitória nos 400 metros, inspirou o famoso filme "Carruagens de Fogo" (1981).

Durante as décadas seguintes, os atletas conseguiram correr a distância abaixo dos 10 segundos e nos Jogos de Londres 2012 o jamaicano Usain Bolt se proclamou campeão olímpico marcando o tempo de 9.63 segundos, ou seja, um segundo mais rápido que Abrahams.

O atual recorde mundial pertence a Bolt, que em 2009 correu 100 metros em 9.58 segundos.

O reinado do jamaicano nos 100 m neste Século XXI exemplifica a globalização do esporte e a maneira com que países como Jamaica (Usain Bolt e Yohan Blake), Trinidad e Tobago (Hasely Crawford, Ato Boldon) e Namibia (Frankie Fredericks) conseguiram competir na modalidade com os Estados Unidos, terra de uma das maiores lendas do atletismo: Carl Lewis, com nove medalhas de ouro.

- 10.000 metros e maratona
Em 1924, a Finlândia dominou as corridas de média e longa distância, até o ponto de seus atletas serem chamados de "Finlandeses voadores".

Paavo Nurmi venceu cinco provas, entre elas os 1.500 metros e os 5.000 metros, enquanto Ville Ritola foi o vencedor dos 10.000 metros e dos 3.000 metros.

Com 37 medalhas, sendo 14 de ouro, a Finlândia ficou em terceiro no quadro de medalhas dos Jogos de Paris 1924, superada apenas por Estado Unidos (99) e França (41). Desde então, o pequeno país escandinavo perdeu muita relevância no mundo do atletismo.

As corridas de fundo nos últimos Jogos foram dominadas pelos etíopes Haile Gebrselassie e Kenenisa Bekele e pelo britânico Mo Farah.

As marcas atuais são muito melhores do que as de um século atrás.

Embora tenha melhorado seu recorde mundial ao terminar os 10.000 metros em 30min23s, os fundistas de hoje terminam a prova em 27 minutos.

A evolução é ainda mais significativa no caso da maratona, em que os tempos caíram em mais de meia hora.

O finlandês Albin Stenroos correu em 2:41.22s em 1924, enquanto o queniano Kelvin Kiptum estabeleceu no ano passado o atual recorde mundial com 2:00.35s.

- 100 metros nado livre
Em 1924, o nadador americano Johnny Weissmuller foi campeão olímpico nos 100 metros livres com o tempo de 59 segundos.

Desde então, os Estados Unidos têm sido uma potência na natação, apesar de a modalidade ter visto grandes campeões de outros países, como Rússia (Alexander Popov), Holanda (Pieter van den Hoogenband) e França (Alain Bernard).

As marcas também evoluíram neste século e os grandes nadadores atuais atravessam 100 metros em 47 segundos.

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