De Cuca a Daniel Alves: relembre casos de jogadores denunciados por violência contra a mulher
Diversos jogadores já precisaram responder judicialmente por casos de agressão verbal, física e/ou sexual, além de estupro e ameaças
A rápida passagem de Cuca pelo Corinthians, que terminou na quarta-feira quando o treinador deixou o cargo depois de sofrer pressão da torcida pelo caso de violência sexual a que foi condenado em 1989 representa apenas um entre os inúmeros casos de violência contra a mulher cometida por jogadores de futebol.
Outros atletas já precisaram responder judicialmente por queixas feitas por mulheres.
Veja alguns dos casos recentes:
Daniel Alves
Em janeiro deste ano, o lateral-direito foi preso na Espanha acusado de ter estuprado uma jovem de 23 anos em uma boate em Barcelona, em dezembro de 2022. Os exames constataram a presença do sêmen do jogador no corpo da vítima, além de escoriações no joelho, o que corrobora a versão da mulher de que ele a jogou no chão. Daniel Alves já contou diversas versões sobre o caso: primeiro, disse que não conhecia a vítima, depois afirmou que só dançou com ela, posteriormente admitiu que houve relação sexual de maneira consensual, e por fim acusou a mulher de ter sido quem praticou a agressão. Ele está preso desde 20 de janeiro e a defesa busca a reversão da reclusão para a prisão domiciliar.
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Robinho
Em 2022, o ex-jogador do Santos foi condenado, em última instância, a nove anos de reclusão por violência sexual em grupo, praticada em conjunto com o amigo, Ricardo Falco. O crime aconteceu em 2013 em Milão, mas só foi investigado quatro anos depois, e passou por todas as instâncias da justiça italiana até a condenação ser mantida pela Corte de Cassação, equivalente ao Supremo Tribunal Federal. O Ministério da Justiça da Itália solicitou ao Brasil a extradição do jogador para que pudesse cumprir a pena, mas o país não extradita seus cidadãos. Se voltar ao país europeu, Robinho deverá ser preso.
Hakimi
O lateral da seleção do Marrocos e do PSG é alvo de investigação na França, acusado de estuprar uma jovem de 24 anos em um bairro do subúrbio de Paris, onde o jogador tem uma casa. O caso aconteceu em março deste ano, e a defesa de Hakimi nega as acusações. O processo ainda transita na justiça, e pode ser levado aos tribunais.
Pedrinho
Na última sexta-feira, o São Paulo anunciou a rescisão do contrato com o atacante Pedrinho. Ele é investigado por violência doméstica, lesão corporal, ameaça e injúria contra a ex-namorada, que fez um boletim de ocorrência em 27 de fevereiro deste ano. Ela relatou à polícia que foi agredida com socos, empurrões e tapas, além de ter sido ameaçada de morte. Neste mês, conversas entre os dois foram reveladas, em que o atacante escreve frases como "Eu acabo com a minha vida, mas acabo com a sua antes", além de proferir ofensas contra a jovem.
Cristiano Ronaldo
Em 2018, um processo foi aberto em Las Vegas solicitando a anulação de um documento de confidencialidade assinado por uma modelo americana, que alegou ter recebido 375 mil dólares (R$ 1.87 milhões, na cotação atual) para não denunciar Cristiano Ronaldo por estupro. De acordo com ela, o caso aconteceu em junho de 2009, quando o jogador a levou para uma cobertura em um hotel e a violentou sexualmente. O português sempre manteve a versão de que a relação sexual foi consensual e de que a mulher buscava retorno financeiro com o processo. Documentos publicados pelo jornal Der Spiegel afirmam que Cristiano Ronaldo falou em depoimento que a mulher disse "não" múltiplas vezes e que pediu para ele parar. Em 2022, o caso foi arquivado porque a juíza considerou que a modelo agiu de "má fé" ao usar documentos confidenciais.
Neymar
Em maio de 2019, uma modelo brasileira registrou um boletim de ocorrência em São Paulo denunciando ter sido estuprada por Neymar. A mulher, então com 26 anos, relatou que foi para Paris a convite do jogador, mas que quando se encontraram ela se recusou a ter relações sexuais sem camisinha, Neymar se tornou "agressivo", a agrediu e a estuprou. Nas redes sociais, o atleta se pronunciou e afirmou que a relação foi consensual e divulgou conversas com a modelo, expondo até mesmo fotos nuas que ela havia enviado — o que o levou a ser investigado por crime cibernético. Em agosto, o Ministério Público de São Paulo arquivou o caso alegando "falta de provas", e meses depois o inquérito de crime cibernético também foi encerrado.
Goleiro Bruno
Em junho de 2010, a modelo Eliza Samúdio foi registrada como desaparecida, e a polícia de Minas Gerais começou a suspeitar do goleiro Bruno, do Flamengo, que mantinha relações extraconjugais com a jovem. Depois de mais de três anos do processo na justiça, ele foi condenado a 23 anos e um mês de prisão por homicídio, ocultação de cadáver, sequestro e cárcere privado. Dois amigos do jogador que participaram do crime também, Marcos Aparecido dos Santos (Bola) e Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão) também foram condenados, a 34 e 15 anos de reclusão, nesta ordem. 10 anos depois do julgamento, todos os três tiveram progressão de pena: Bruno está em liberdade condicional desde janeiro deste ano, Bola cumpre pena no regime semi-aberto, e Macarrão no aberto.