De virada, Djokovic bate Tsitsipas e fatura 19º título em Grand Slams
Sérvio perdeu os dois primeiros sets, mas teve uma reação imponente
Quando Novak Djokovic, 34, relembrar a história da sua segunda conquista em Roland Garros, ela estará carregada de emocionantes memórias. Para chegar lá, foi preciso vencer ninguém menos que Rafael Nadal, o ‘rei do saibro' em um jogo épico nas semifinais e virar duas partidas em que perdia por 2 sets a 0. Uma delas na decisão deste domingo (13), diante de Stefanos Tsitsipas.
Após ver o grego de 22 anos abrir vantagem com um jogo muito sólido em sua primeira final de Grand Slam, o sérvio engatou uma reação que só parou no último ponto da quinta parcial, quando fechou a partida em 3 sets a 2 (6/7, 2/6, 6/3, 6/2 e 6/4), após quatro horas e 11 minutos.
Com o 19º troféu de Slam na carreira, Djokovic encosta no recorde masculino dividido por Nadal e Roger Federer. Vencedor do Australian Open em fevereiro, ele terá a primeira chance de igualar a marca em Wimbledon, no próximo mês. O sérvio ainda se tornou o primeiro homem a acumular ao menos dois títulos de cada Slam nos últimos 50 anos.
Roland Garros sempre foi o evento mais difícil para ele, que acumula quatro vices em Paris. Mesmo quando bateu Nadal pela primeira vez no saibro francês, nas quartas de final de 2015, acabou derrotado por Stan Wawrinka na decisão.
Agora, até deu chances para Tsitsipas brilhar, como já havia feito quando saiu dois sets atrás do jovem italiano Lorenzo Musetti, 19, nas oitavas de final, mas novamente se recuperou a tempo.
O primeiro set ganhou contornos emocionantes na reta final. Tsitsipas, que praticamente não pontuava nos games de serviço de Djokovic, teve um set point no saque do adversário com 4/5. O sérvio salvou e quebrou o serviço do grego na sequência, mas teve a quebra devolvida ao sacar para fechar em 6/5.
No tiebreak, Tsitsipas abriu quatro pontos de vantagem, mas viu Djokovic virar e ter um set point. Ele se manteve firme para salvar a chance do rival e confirmar a sua na sequência, fechando o desempate em 8/6.
Havia dúvidas sobre como os dois tenistas reagiriam às reviravoltas do fim da parcial anterior, e apenas o grego manteve o bom nível no segundo set. Muito sólido (nove bolas vencedoras e apenas dois erros não forçados), conseguiu duas quebras de saque para fechar em 6/2.
Foi quando Djokovic, uma fortaleza mental, ligou o modo número 1 do mundo e, diante da dificuldade de Tsitsipas em encontrar respostas para a sua reação, venceu dois sets em sequência: 6/3 e 6/2.
Dois filmes podem ter passado pela cabeça do grego antes do início do quinto set. Um de sexta-feira (11), quando ele abriu vantagem de 2 a 0 contra Alexander Zverev, permitiu o empate, mas retomou o controle sobre o jogo. Outro da semifinal diante de Djokovic no ano passado, quando o sérvio abriu 2 a 0, deixou Tsitsipas empatar, mas prevaleceu na reta final.
Quem sorriu ao fim da sessão deste domingo foi mesmo o sérvio, que precisou de uma quebra para fechar em 6/4. A Tsitsipas, bastante apoiado pelo público presente na quadra Philip Chatrier, ficam as lições de uma primeira experiência nesse nível. Talento e valentia, como mostrou ao salvar um match-point com um backhand de paralela na linha, não lhe faltam.
Maiores campeões de Grand Slam entre os homens
1º Roger Federer 20
1º Rafael Nadal 20
3º Novak Djokovic 19
4º Pete Sampras 14
5º Roy Emerson 12
6º Rod Laver 11
6º Björn Borg 11
8º Bill Tilden 10
Títulos de GS de Djokovic
Australian Open (2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016, 2019, 2020, 2021)
Roland Garros (2016, 2021)
Wimbledon (2011, 2014, 2015, 2018, 2019)
US Open (2011, 2015, 2018)
Dobradinha no feminino
Um dia após vencer o torneio de simples, a tcheca Barbora Krejcikova, de 25 anos, completou uma jornada histórica em Paris com o título nas duplas. Ela e a compatriota Katerina Siniakova superaram a americana Bethanie Mattek-Sands e a polonesa Iga Swiatek por 2 sets a 0 (6/4 e 6/2) e faturaram o terceiro troféu de Slam da parceria - os outros dois foram obtidos em 2018, em Roland Garros e Wimbledon.
O resultado leva Krejcikova novamente ao posto de número de 1 do ranking de duplas, que ocupou por 12 semanas de outubro de 2018 a janeiro de 2019. Em simples, ela saltou da 33ª para a 15ª posição com a conquista inédita. A última dobradinha em simples e duplas de Roland Garros havia sido alcançada pela francesa Mary Pierce, em 2000.