FUTEBOL INTERNACIONAL

Dele Alli recebe onda de solidariedade após revelar vício, internação em clínica e abuso na infância

Meia do Everton falou pela primeira vez sobre traumas da sua criação e impactos na saúde mental

Dele Alli deu entrevista para Gary Neville Dele Alli deu entrevista para Gary Neville  - Foto: Reprodução/YouTube

Dezenas de mensagens solidárias inundaram as redes sociais de Dele Alli depois de o jogador revelar ter ficado internado em uma clínica de reabilitação durante seis semanas para combater o vício em remédios para dormir e tratar traumas na infância. Colegas de profissão e fãs ressaltaram a força do meia do Everton em falar abertamente sobre as feridas, pela primeira vez, e buscar ajuda.

"Extremamente orgulhoso de você, irmão", escreveu Dominic Calvert-Lewin, do Everton. Orgulho de você, irmão. Te amo para sempre", destacou James Maddison, do Tottenham. Outros atletas, como Harry Maguire e Declan Rice, publicaram símbolos de coração. O perfil oficial da Premier League afirmou que a força de Alli é "inspiradora".

Em entrevista a Gary Neville, no "The Overlap", o meia do Everton falou pela primeira vez sobre as dificuldades na sua criação e nos impactos disso em sua saúde mental. O jogador contou que foi molestado por uma amigo da mãe, que era alcoólatra, quando tinha apenas 6 anos. Aos 7, começou a fumar e, aos 8, passou a traficar drogas. Aos 12 anos, ele foi adotado por outra família.
 

O atleta de 27 anos foi alçado ao estrelato do futebol internacional no Tottenham, no qual ascendeu como uma das principais promessas de sua geração. Com o clube de Londres, disputou a final da Liga dos Campeões em 2019. Delli foi convocado 37 vezes para a seleção da Inglaterra, com a qual chegou às semifinais da Copa do Mundo de 2018. No entanto, não manteve a sequência de boas atuações. Na temporada passada, transferiu-se para o Everton, ao qual retornou lesionado depois de um empréstimo para o turco Besiktas.

— Quando voltei da Turquia, descobri que precisava de uma operação e fiquei mal mentalmente — relatou o jogador ao "Overlap". — Decidi ir para uma clínica de reabilitação moderna para saúde mental. Eles lidam com vícios, saúde mental e traumas. Eu senti que era hora para mim.

Alli ressaltou que precisou tomar sozinho a decisão de buscar ajuda.

— Eu fui pego em um ciclo ruim. Eu estava contando com coisas que estavam me fazendo mal. Eu acordava todos os dias e estava ganhando a luta indo para o treino, sorrindo, mostrando que estava feliz, mas por dentro definitivamente estava perdendo a batalha. Era hora de mudar isso — afirmou.

O jogador disse que deixou a reabilitação há três semanas. Na entrevista, ele contou como o local o ajudou a processar traumas da infância que ele até então "não conseguia entender", como o abuso na infância e o fato de ter sido "enviado para a África para aprender disciplina".

— Aos sete comecei a fumar, aos oito comecei a traficar drogas. Uma pessoa mais velha me disse que eles [policiais] não iriam parar uma criança em uma bicicleta, então eu andava com minha bola de futebol e, por baixo, eu levava as drogas — relembrou ele. — Aos onze, fui pendurado em uma ponte por um cara da propriedade ao lado, um homem. Aos doze anos, fui adotado por uma família incrível. Não poderia ter pedido pessoas melhores para fazer o que fizeram por mim.

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