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Futebol

Depois de Abramovich, do Chelsea, dono de time holandês pode ser o próximo a se desfazer do clube

Valeriy Oyf, dono do Vitesse, da Holanda, sofre forte pressão para vender a propriedade

Logo do ChelseaLogo do Chelsea - Foto: JUSTIN TALLIS / AFP

A invasão à Ucrânia fez com que os milionários russos virassem alvo de pressão política e de um pacote de sanções por parte de governos europeus e dos Estados Unidos. No futebol, os impactos começaram a ser sentidos. Antes que o Reino Unido bloqueie o dinheiro do Chelsea, Roman Abramovich anunciou que irá colocar o atual campeão europeu e mundial à venda. Já o Everton, também da Premier League, comunicou o rompimento de todos os contratos com Alisher Usmanov, homem próximo de Vladimir Putin e dono da holding que é uma das principais patrocinadoras do clube. E a lista pode ganhar um novo integrante em breve.

Outros clubes europeus estão ligados a oligarcas russos. A pressão sobre eles varia de acordo com sua relação com Vladimir Putin e com o governo russo. Por isso Abramovich - próximo tanto do ex-presidente Boris Yeltsin quanto do atual - foi o principal alvo. Agora, as atenções estão voltadas para Valeriy Oyf, proprietário do Vitesse-HOL desde 2018. Dono da Performance Management Holding BV, ele usa a empresa holandesa para financiar o clube da Eredivise. E o fato de fazer parte do círculo mais restrito de amigos e parceiros de negócio do ainda manda-chuva do Chelsea o colocou no olho do furacão.

Oyf não está na lista de milionários afetados pelas sanções. Mas, como ela pode ser aumentada, há o temor de que o Vitesse seja prejudicado. No último dia 24, o clube emitiu nota oficial na qual afirma que "funciona normalmente e foca nas conquistas esportivas nas competições das quais faz parte. O clube está em condições financeiras estáveis e, no momento, não prevemos consequências significativas". Apesar do comunicado, de acordo com a imprensa local o clima é de tensão entre funcionários e dirigentes pelo risco de as finanças serem atingidas. Hoje, ele só não é deficitário porque o empresário põe dinheiro para completar suprir os déficits.

O magnata carrega o conflito entre os dois países dentro de si. Ele é ucraniano de nascença, mas também tem nacionalidade russa. A proximidade com Abramovich faz com que políticos e imprensa passassem a questionar sua permanência no controle do clube. Já a torcida tem evitado marcar posição. Prefere apenas acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.

Em Pisa, na Itália, o Partido Socialista local cobrou o presidente do clube que leva o mesmo nome da cidade, Giuseppe Corrado, e o magnata russo Alexsander Naster. Exigiram uma posição clara contra a guerra. O que os dois não hesitaram. "O futebol de Pisa com seu presidente e patrono se manifesta contra a guerra e pelo fim da agressão de Putin contra a Ucrânia", diz o comunicado.

Dono de 75% do Pisa, da segunda divisão italiana, Knaster mudou-se ainda adolescente para os Estados Unidos, onde construiu carreira. Sem ligação com Putin, precisou apenas deste posicionamento para acalmar os ânimos na cidade.

Situação ainda mais tranquila - ao menos por enquanto - vivem os outros dois russos proprietários de clubes na Europa. A liga francesa já comunicou que não pretende adotar nenhuma medida contra o Monaco, do bilionário Dmitry Rybolovlev. Dono do clube desde 2011, ele não tem mais negócios em seu país de nascença desde 2010, quando vendeu sua participação na Uralkali, uma produtora de fertilizantes. Apesar de ser conhecido por excentricidades e por ser acusado de uma série de crime, tem passado ileso do clima de caça às bruxas.

- Assim como devemos apoiar os ucranianos e particularmente seus jogadores e treinadores de futebol, não podemos ficar zangados com todas as pessoas de nacionalidade russa - afirmou Christophe Galtier, técnico do Nice, o maior rival do Monaco.

Mais cômodo ainda está Maxim Demin. De acordo com a imprensa inglesa, o dono do Bornemouth, da segunda divisão, não corre o risco de ser incluído na lista de alvos das sanções do governo. Isso porque, apesar de ter nascido na Rússia, o empresário tem cidadania britânica.

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