Dez anos da inauguração da Arena de Pernambuco: relembre criação do estádio e jogo de abertura
Náutico e Sporting empatara em 1x1, no dia 22 de maio de 2013, marcando a inauguração oficial do palco pernambucano da Copa do Mundo de 2014
Há exatos 10 anos, a Arena de Pernambuco recebia seu primeiro jogo oficial, no amistoso internacional entre Náutico e Sporting/POR, empatado em 1x1. O pontapé (no campo e na história) de um projeto de diferentes nomes, locais, donos e inquilinos. A Folha de Pernambuco relembra o contexto da criação do estádio e o cenário atual do palco que foi uma das sedes da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, ambas realizadas no Brasil.
Quando a Fifa definiu que Recife seria uma das cidades-sede da Copa, iniciou-se uma corrida para ver qual projeto sairia do papel. Algumas ideias iniciais giravam em torno de uma “Arena Jiquiá”, na zona Oeste da cidade, e a “Arena Recife-Olinda”, que ficaria no bairro de Salgadinho, na divisa entre as cidades. Até mesmo uma “Arena Coral” foi cogitada. Nenhuma virou realidade.
Com o intuito de expandir a RMR, o Governo de Pernambuco trouxe a proposta de construir, através do modelo de Parceria Público-Privada, uma Arena em São Lourenço da Mata, que seria a “Cidade da Copa”. Em agosto de 2009, foi publicada no Diário Oficial de Pernambuco a lei nº 13.859, decretando o palco como “Estádio Governador Carlos Wilson Campos”.
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Em dezembro do mesmo ano, veio o edital da construção da Arena...Capibaribe. Isso mesmo. Esse seria o nome do palco, mas que não foi “batizado”. Meses depois, o grupo Odebrecht ganhou a licitação para realizar a obra. O contrato foi assinado em 15 de junho de 2010, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), aprovando crédito de R$ 400 milhões para financiar a construção. O valor final informado foi de R$ 532 milhões.
Em 2011, o Náutico firmou acordo para mandar seus jogos na Arena de Pernambuco a partir de julho de 2013. O Timbu receberia um aporte mensal de R$ 350 mil – ou R$ 500 mil se estivesse na Série A. Em 2016, porém, a empresa rescindiu o contrato e, segundo os alvirrubros, deixou de pagar o que devia ao clube desde agosto de 2015. O Governo também rompeu a parceria com a Odebrecht no mesmo período.
Um parênteses: o Náutico move uma ação contra a Arena Pernambuco Negócios e Participações, que gerenciava o local, cobrando mais de R$ 14 milhões pela quebra unilateral do acordo com o consórcio que administrava a Arena, já que o vínculo inicial deveria ser finalizado em 2043. Também é citada uma interrupção da negociação entre o clube e o Grupo Iguatemi sobre a construção de um projeto imobiliário nos Aflitos.
Antes da estreia, o Grupo Petrópolis anunciou a compra do “naming rights” , dando nome ao estádio, que passou a se chamar Itaipava Arena de Pernambuco. Nomenclatura que ficou até 2016, quando o Governo assumiu o gerenciamento do local, que virou “Arena de Pernambuco” apenas.
Com capacidade para mais de 45 mil pessoas, a Arena de Pernambuco foi inaugurada no dia 20 de miao de 2013, com a presença da então presidente da República, Dilma Rousseff, e do ex-Governador de Pernambuco, Eduardo Campos, falecido em 2013. O primeiro evento-teste foi um jogo com dois times formados por funcionários que trabalharam na construção do estádio. A estreia oficial, porém, foi dias depois.
O primeiro jogo oficial
Para um público de pouco mais de 26 mil torcedores, mas com uma renda de R$ 1.050.104,00, Náutico e Sporting empataram em 1x1. Luis Eduardo, contra, marcou o gol dos portugueses. O primeiro oficial na Arena. Elton, de pênalti, fez para os alvirrubros.
“Alguns dias antes do jogo, acabei tendo uma lesão, mas fiz um tratamento intensivo para estar presente. Eu não estava 100% e acabei começando no banco. Perdemos o primeiro tempo por 1x0, mas entrei no intervalo e tive a possibilidade de cobrar o pênalti que nos deu o empate na inauguração”, contou Elton, hoje no Juventude.
Quem comandou o Náutico naquela partida foi o ex-técnico e hoje comentarista dos canais ESPN, Silas. “A experiência foi única. A expectativa era grande em torno da Arena. O jogo, particularmente, foi especial para mim também porque o Sporting foi o primeiro clube que joguei fora do Brasil, quando saí do São Paulo”, disse.
Próximos passos
A atual governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, iniciou um procedimento administrativo para conceder a Arena de Pernambuco novamente para a iniciativa privada. Por enquanto, o local tem sido a casa do Retrô e do Íbis, além de receber algumas partidas de outros clubes do estado esporadicamente, além de demais eventos esportivos e musicais.
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