Edno reconhece erros no planejamento, mas cita aprendizado para 2021
Presidente do Náutico ressaltou a austeridade financeira e declarou que o Timbu está aliviado, mas não em clima de comemoração após escapar do rebaixamento
Alívio, não comemoração. Foi assim que o presidente do Náutico, Edno Melo, detalhou o sentimento no clube após eliminar o risco de rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro. Ciente de que a temporada passada ficou aquém do esperado, não somente por conta dos insucessos no Campeonato Pernambucano e da Copa do Nordeste, mas também pela frustração de não brigar pelo acesso à Série A, o dirigente reconheceu erros no planejamento, mas ressaltou a austeridade financeira e a confiança no trabalho em 2021.
“Foi uma temporada difícil. Por mais que você faça um orçamento coerente, jamais colocaria uma pandemia nos planos. Mesmo assim, tivemos prudência, pagando em dia e diminuindo o passivo do clube. Foi um alívio ter permanecido na Série B, mas não foi motivo de comemoração. Seria um abalo grande o rebaixamento. Sabemos que tivemos acertos, mas também erros e não colocamos fatores extracampo como desculpa para as falhas”, afirmou o presidente.
Na temporada, o Náutico teve três treinadores (Gilmar Dal Pozzo, Gilson Kleina e Hélio dos Anjos), algo que não tinha acontecido desde 2018, quando a atual gestão assumiu oficialmente o clube. “Quando a gente foi no mercado para substituir Gilmar, queríamos alguém com perfil de Série B, conhecedor do campeonato. Buscamos Kleina, campeão da competição, com dois acessos no currículo. Não foi alguém emergente. Infelizmente, o perfil dele não se encaixou com o elenco. A gente precisou mudar e Hélio dos Anjos veio para dar uma guinada. Mas não é nossa meta mudar tanto assim a comissão, mas não somos omissos ao ver que o Náutico brigaria contra o rebaixamento. Para 2021, renovamos com Hélio para seguir com o trabalho”, declarou.
O dirigente também aproveitou para sair em defesa do vice-presidente do clube, Diógenes Braga, um dos principais alvo de parte da torcida após a série de insucessos que o Náutico teve na Série B. “Não ficamos em redes sociais arrumando desculpas. Nós trabalhamos para reverter a situação. Acho que existiram críticas injustas em cima de Diógenes. Muitos possuem uma memória seletiva. Foi ele que esteve à frente do futebol em 2018, quando ganhamos o Pernambucano com folha salarial de R$ 200 mil. Foi assim em 2019, quando subimos e ganhamos a Série C com orçamento abaixo de R$ 500 mil. Tudo estava certo, mas aí com os erros de 2020 ele vira a pior pessoa do mundo? Todos erram. Nós reconhecemos isso, mas a falta de respeito com ele foi desproporcional”, apontou.
Para 2021, o Náutico já inicou o processo de reformulação. O time tem 17 jogadores com contrato vigente e trouxe um novo executivo de futebol, Ari Barros. “Os erros que aconteceram em 2020 servirão de lição para 2021. Já tivemos mudanças no futebol, na análise de desempenho e alguns atletas que encerraram contrato não continuarão. Tudo feito com calma. O Campeonato Pernambucano começa dia 28 de fevereiro e não temos muito tempo. Já começamos o trabalho para formar um grupo aguerrido em busca dos objetivos no ano”, concluiu.