"Ela não tinha carinha de menina": o que Cuca já disse sobre o estupro desde 1987
À época, em entrevista ao 'Jornal dos Sports', disse: "a tal menina era do tamanho de um armário. Subiu para fazer sexo com um de nós no apartamento. O nome, reservo-me o direto de omiti-lo."
Técnico que havia acabado de ser contratado do Corinthians, Cuca anunciou na noite de quarta-feira, em coletiva para jornalistas, que não ficará no cargo. O treinador alegou ser uma decisão pessoal, em função da pressão que vem sofrendo nos últimos dias, devido a uma condenação por estupro, em 1987, na Suíça. Cuca, Henrique Arlindo Etges, Eduardo Hamester e Fernando Castoldi, então atletas do Grêmio, foram condenados por violência sexual de uma menina de 13 anos.
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Justiça suíça condenou os brasileiros a 15 meses de prisão e a pagamento de US$ 8 mil. Mas eles nunca cumpriram a pena estipulada para o crime, que prescreveu em 2004. Fernando foi condenado a três meses de prisão e ao pagamento de U$ 4 mil por ser considerado cúmplice. Cuca alega ter sido julgado à revelia, mas o Grêmio pagou advogados para defender ele e os outros jogadores.
Para justificar sua saída do Corinthians Cuca afirmou:
Não esperava esta avalanche, coisas passadas há muito tempo, fui julgado e punido pela internet, mas não quero entrar em detalhes, disse. O que eu estou passando... Quero ser bem breve, não quero ser vítima de nada, mas é a pior coisa que um homem pode passar. Quando está em cheque a dignidade dele, quando invadem as redes da mulher e das filhas com ameaças, xingamentos.
Veja o que ele já falou sobre o caso:
Na coletiva de apresentação no Corinthians, seis dias antes de pedir para sair:
“Pode ter protesto ou o que for, mas nada é maior que a vontade de estar aqui”, disse. “Vou passar por cima de tudo, de protesto. Se não tiver protesto, melhor. Mas hoje eu sou Corinthians”, seguiu o treinador. “Tendo saúde e paz, você fica tranquilo. E hoje eu durmo tranquilo.”
Também mentiu ao dizer que a vítima não havia o reconhecido. Segundo reportagem do UOL, o advogado da vítima disse que ela o reconheceu e que o sêmen dele foi usado como prova pela Justiça.
“O meu erro foi não ter me defendido. Eu não tinha dinheiro para me defender e eu nem soube que tinha sido julgado. Nós ficamos lá para a averiguação. Por três vezes a moça esteve lá na frente. Não é que ela não me reconheceu. Eu não estava. A vítima é a moça. Se a vítima fala que eu não estava e eu juro por Nossa Senhora que eu não estava, como posso ser condenado pela internet?”
Em 2021, quando Cuca foi cotado para assumir o Atlético-MG, disse ao UOL:
"Venho neste momento falar de uma coisa que me incomoda muito, porque há 34 anos houve um episódio comigo. Essas coisas aconteceram há 34 anos e hoje elas estão vindo como se tivessem acontecido hoje e eu fosse condenado e culpado", disse. "Essa é uma coisa que me incomoda bastante. A gente vê em alguns lugares: 'Ah, o Cuca não, por causa disso ou daquilo'. Eu não devo nada para ninguém. Não sou um cara do mal, não fiz nada de errado, não fui julgado e culpado por ale culpado por alguma coisa. Fui julgado à revelia, porque já não estava mais no Grêmio quando houve esse julgamento junto com os outros rapazes".
Em entrevista para o Jornal dos Sports, em 1989, o então jogador do Grêmio minimizou o caso e até detalhou características da vítima:
"A tal menina, a Sandra Pfaffli era do tamanho de um armário e não tinha carinha de menina, não. Ela subiu para fazer sexo com um de nós no apartamento. O nome, reservo-me o direto de omiti-lo. Estavam em pleno ato quando apareceu o pai dela e armou todo aquele escândalo. A partir daí, foram dias e noites infinitas. Estava há cinco dias no Grêmio e com um contrato de cinco meses a cumprir. Pensei que estivesse tudo acabado para mim, embora tivesse consciência tranquila. Quando soube da repercussão do caso na imprensa brasileira, aí mesmo é que me desesperei".