Eleito presidente da Argentina, Milei foi goleiro no San Lorenzo
O novo chefe do executivo da Argentina também afirmou ter parado de torcer para o Boca Juniors em final
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Eleito presidente da Argentina neste domingo (19) com pouco mais de 55% dos votos, o ex-deputado Javier Milei tem uma relação intensa e controversa com o futebol, em especial com o Boca Juniors, time que diz ter deixado de ser torcedor. Controverso e polêmico como em outros aspectos de sua vida, Milei começou a relação com o esporte logo na juventude, quando atuou como goleiro.
Milei defendeu as categorias de base do Chacarita Juniors, clube do bairro homônimo em Buenos Aires, no início dos anos 1980. Entre 1987 e 1989, e chegou até a integrar o elenco profissional. Segundo reportagem da emissora argentina TyC Sports, era chamado de "louco" pelo estilo de jogo, com mais facilidade de defender do que sair do gol.
Antes disso, atuou também nas categorias de base do San Lorenzo, em 1986. Fez um teste no clube e ficou por lá por um ano, mas não chegou a se profissionalizar. A carreira de Milei como goleiro chegou ao fim aos 18 anos, quando começou a estudar economia.
Como torcedor, vive uma relação de amor e ódio com o Boca. É declaradamente crítico de Juan Román Riquelme, ídolo do clube e hoje vice-presidente e diretor de futebol xeneize. Mas há aí um componente político: Riquelme é adversário de Mauricio Macri, seu aliado na política nacional, dentro do ecossistema do Boca. O ídolo é candidato a presidente do clube e enfrentará a chapa de Andrés Ibarra, que tem Macri como vice, em eleições no próximo dia 2.
Um dos momentos que mais irritou o político e economista, segundo ele mesmo em entrevistas à imprensa local, foi a "volta" de Riquelme, ainda como jogador, ao Boca Juniors em 2013. O ídolo havia se despedido do clube após a final da Libertadores do ano anterior, perdida para o Corinthians. Para Milei, foi um ato populista do então presidente Daniel Angelici.
Em outubro deste ano, ele elogiou os anos 1990 do clube em entrevista à Rádio Mitre, mas voltou a criticar Riquelme. E prestou carinho a outro ídolo:
— Quando Martín Palermo se aposentou, fiquei tão triste que não pude mais ir (aos jogos).
Mas a declaração mais polêmica do novo presidente argentino foi sobre a Libertadores de 2018, quando o Boca perdeu para o grande rival River Plate, em Madri. Crítico do volante Fernando Gago, ele diz que passou a torcer para o rival assim que Gago, hoje aposentado, entrou em campo:
— Torcia pelo Boca. Estava assistindo à partida, e quando entrou Gago, em outro ato de populismo, torci pelo River. Para mim foi um péssimo jogador, uma das grande mentiras do futebol argentino.