Em carta, federações estaduais pedem a Caboclo que renuncie à presidência da CBF
O pedido a Caboclo se dá no dia em que a CBF passou a ser presidida interinamente por Ednaldo Rodrigues, substituindo o Coronel Nunes
As 27 federações estaduais enviaram nesta quarta-feira (25) uma carta a Rogério Caboclo pedindo que o dirigente afastado da CBF renuncie ao cargo de presidente da entidade. No texto, os cartolas "fazem um apelo a Caboclo, que tenha a sensibilidade de reconhecer o momento e, em prol do futebol brasileiro", decida pela renúncia. O mandato do dirigente vai até abril de 2023.
A carta foi construída depois de uma reunião entre as federações pela manhã. O pedido a Caboclo se dá no dia em que a CBF passou a ser presidida interinamente por Ednaldo Rodrigues, substituindo o Coronel Nunes em uma medida tomada pelos vices da entidade. No documento, os presidentes das 27 federações citam que "o momento exige de todos grandeza. O bem do futebol brasileiro deve estar acima de quaisquer questões individuais".
Nesta terça (24), Caboclo foi punido pela comissão de Ética do Futebol Brasileiro por um total de 15 meses de suspensão por conta de "conduta inapropriada" com uma funcionária. A denúncia inicial dela apontava assédio moral e sexual por parte do dirigente. Por isso, o tempo da sentença surpreendeu e foi considerado baixo para muitos cartolas. A punição ainda precisa ser confirmada pela assembleia geral da CBF, composta pelas mesmas 27 federações estaduais, ainda sem data marcada.
A redação da carta com todas as assinaturas é um baque nas pretensões de Rogério de voltar ao poder de imediato. Se conseguisse ao menos o apoio de sete delas contra a sanção da Comissão de Ética, o dirigente poderia voltar à cadeira de imediato. Agora, a carta une as entidades filiadas à CBF em um caminho de oposição ao dirigente, que pode ser punido em outras duas denúncias que tem contra si na mesma Comissão de Ética por assédio moral e sexual.
Caboclo, legalmente, tem a opção de ignorar o pedido das federações e rejeitar a hipótese de renúncia, levando o processo até o fim. Mas os dirigentes filiados à CBF esperam que o documento mude a ideia do dirigente e a entidade possa avançar para um novo momento político e de imagem.