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Em entrevista, Emerson Leão afirma que o Sport não perderia para o Flamengo em 1987; confira vídeo

Técnico também relembrou como fez a transição entre a carreira de jogador e treinador no Leão

Emerson Leão comandou o Sport em três oportunidades diferentes Emerson Leão comandou o Sport em três oportunidades diferentes  - Foto: Reprodução

Um dos maiores técnicos da história do Sport, Emerson Leão esteve por trás de duas das melhores campanhas do clube em campeonatos nacionais, na Copa União de 1987 e na Taça João Havelange de 2000. O ex-goleiro que trocou as luvas pela área técnica ainda no meio da temporada, em entrevista ao canal do YouTube 'Flávio Prado entre amigos', tem a convicção que o Leão da Ilha do Retiro conseguiria parar o time carioca na decisão que nunca ocorreu.  

O regulamento previsto pela CBF para o Campeonato Brasileiro de 1987 indicava dois grupos com 16 times, conhecidos como módulo verde e amarelo. Passada a primeira fase, os dois primeiros colocados de cada lado se enfrentariam em um quadrangular final. Flamengo e Internacional, vencedores do módulo verde, não participaram. Coube ao Sport e Guarani, campeões do amarelo, decidirem o título. Mesmo considerando a força dos adversários do outro lado, Leão defende que na Ilha do Retiro o Sport complicaria as coisas.

“O Flamengo não quis jogar, acho que seria difícil bater o Sport naquela época, mas eles tinham um time maravilhoso e eram superiores. Porém, dentro do campo da Ilha do Retiro, cheio de buracos, não ia ganhar não (risos)". disse. 

Do gol para área técnica   

Emerson Leão era visto como um dos maiores goleiros do Brasil na décadas de 70 e 80, inclusive sendo o titular da Seleção Brasileira nas Copas de 1974 e 1978. Depois da segunda passagem pelo Palmeiras, clube em que viveu seus melhores momentos como jogador, Leão já pensava na aposentadoria, mas foi convencido a continuar a jogar.

"Na época eu já tinha uma casa em Porto de Galinhas, estava de férias e ia parar de jogar. Quando foi um diretor, um pernambucano falante, chamado Homero Lacerda, que conversou comigo. Nisso, perguntei para minha mulher se ela queria passar um ano no Nordeste para saber como é viver lá. Conclusão: fomos. Comecei a jogar, em 15 dias estava em forma, estava jogando por prazer, foi muito bom, a torcida do Sport é forte, o clube estava precisando disso, só que estava na segunda divisão", relatou. 

O Campeonato Pernambucano de 1987 tinha no regulamento a disputa em três turnos. No primeiro, o Santa Cruz saiu vencedor. O Sport recuperou-se e levou o segundo turno. No terceiro, o Tricolor levou novamente, definindo que o Clássicos das Multidões seria a final do torneio. Antes da final, o clube rubro-negro decidiu trocar o comando técnico e convidou o então goleiro para assumir a função. "Um pouco antes de terminar o Campeonato Pernambucano, eles (diretores) me chamaram depois de um jogo. Haviam tirado o treinador (Ernesto Guedes) e me convidaram para ser o técnico do time. Eu disse que nunca tinha pensado em assumir, mas que aceitava até o final do ano", disse. 

Emerson Leão passou a assumir o cargo de treinador e era o goleiro reserva da equipe. No jogo final, na Ilha do Retiro, em que o Sport precisava vencer para forçar uma melhor de três jogos, o arqueiro rubro-negro, Márcio sentiu lesão, obrigando Leão a entrar em campo e ser técnico ao mesmo tempo. O Santa conseguiu empatar por 1x1, e sagrou-se campeão daquele ano. 

Antes companheiro de equipe, Leão precisou mudar a postura e o relacionamento. “Comecei a dar treino para os meus companheiros, tive que mudar a filosofia (risos). Tinha um jogador chamado Rogério que eu adorava ele, que vivia brincando comigo. No primeiro dia ele fez uma graça e eu dei uma cortada nele e ele disse ‘nossa, o Leão mudou’. Mas agora eu já estava no outro lado, era o comandante, só que eu sabia a ‘sem-vergonhice’ deles. Conclusão, fizemos um ambiente maravilhoso que deu tudo certo”, contou. 

Mesmo depois do revés no Estadual, o Sport trilhou boa campanha no Brasileirão. Apesar de se considerar campeão, Emerson Leão não foi o treinador do clube na final contra o Guarani, no dia 7 de fevereiro de 1988. Jair Picerni que esteve com o time na disputa do quadrangular final. 
    

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