Em meio a críticas e maldições, México joga 'final' contra Polônia no Catar
Disputando quinto Mundial, estreia coloca veteranos Ochoa e Guardado contra artilheiro Lewandowski
País com tradição em Copas do Mundo como poucos, o México encara sua estreia no Mundial do Catar-2022 como sempre, cercado de críticas, mas pronto para quebrar a maldição do quinto jogo.
O time arranca nesta terça-feira (às 13h00, no horário de Brasília) contra a Polônia no Estádio 974, em duelo vista como uma 'final' no grupo C que tem também Argentina e Arábia Saudita.
Palco das obras-primas de Pelé (1970) e Diego Maradona (1986), em 2026 o México se tornará o primeiro país a sediar três Copas do Mundo, em edição que dividirá com Estados Unidos e Canadá.
E quatro anos antes, a inquietação é a mesma das edições anteriores. Se no Brasil-2014 'El Tri' chegou cercado de dúvidas por ter disputado uma repescagem e na Rússia-2018 se classificou abalado devido a uma festa particular que dividiu o grupo, agora as críticas são voltadas para o técnico argentino Gerardo 'Tata' Martino.
Povo de contrastes, as baixas expectativas pouco importam para a torcida mexicana que está novamente entre as mais numerosas da Copa do Mundo, com mais de 70 mil pessoas colorindo as ruas de Doha. "A Polônia vai provar o chili nacional!", se ouve na capital do Catar.
Com esse panorama, o objetivo de sempre: quebrar a maldição do quinto jogo, finalmente disputar as quartas de final após sete eliminações consecutivas nas oitavas de final (desde o Mundial dos Estados Unidos-1994).
"Jogamos bem, mas os resultados não têm sido bons. O objetivo é que o desempenho reflita no resultado. Em uma Copa do Mundo você pode jogar muito bem, mas se não vencer em 90 minutos, você está fora”, resumiu 'El Tata' nesta segunda-feira sobre como voltar a gerar esperança.
Lewandowski, o grande perigo
Em um grupo em que a Argentina começa como grande favorita, a estreia contra a Polônia é quase 'uma final' já que apenas duas seleções vão para as oitavas de final. Diante dos mexicanos estará um dos maiores artilheiros da última década, Robert Lewandowski (76 gols em 134 partidas internacionais), uma ameaça para um time marcado por erros defensivos.
"O México vai complicar o jogo para nós, eles jogam um futebol de qualidade, sabemos do seu potencial. Os mexicanos têm grandes qualidades, atacantes dinâmicos", disse um sorridente Lewandowski em Doha.
"A seleção mexicana está em um nível semelhante ao nosso, eles têm jogadores espetaculares. Será uma partida interessante", acrescentou o técnico Czesllaw Michniewicz nesta segunda-feira.
O artilheiro do Barcelona poderá ter a companhia de um jogador que domina o jogo aéreo como Arkadiusz Milik, atacante da Juventus, um desafio e tanto para 'El Memo' Ochoa, que vai disputar sua quinta Copa do Mundo no Catar.
Leia também
• Confira os resultados dos jogos desta terça-feira (22) na Copa do Mundo
• Arábia vira jogo contra Argentina no começo do segundo tempo; acompanhe
• "Há de oito a dez seleções que podem vencer a Copa do Mundo", diz técnico da Argentina
Depois de não jogar nas duas primeiras, o carismático goleiro foi destaque no Mundial do Brasil-2014 e na Rússia-2018, uma trajetória que não o isenta de críticas, principalmente pelas falhas nas bolas altas.
Dúvidas sobre o camisa 9
"Vi como ele jogou nas Copas do Mundo e foi um gênio, me lembro especialmente do que fez em 2014. É um excelente goleiro, é muito importante, é um elemento crucial de sua seleção", disse o goleiro polonês Wojciech nesta segunda-feira.
Ochoa também falou com a imprensa e explicou como transmite sua experiência aos jovens: "Em uma Copa do Mundo é fácil os nervos e as emoções aflorarem. Um acerto e um erro podem ser muito extremos. Você tem que ajudar os outros passando a eles equilíbrio emocional".
Ao lado do goleiro, o capitão Andrés Guardado também disputará sua quinta Copa do Mundo. Ambos, junto com Lionel Messi e Cristiano Ronaldo entram no Catar em um clube exclusivo completado por outros dois mexicanos, Antonio Carbajal e Rafael Márquez, e os lendários Gianluigi Buffon e Lothar Matthaus
Isolados em um hotel de luxo 50 quilômetros ao norte de Doha, Martino transformou a concentração em um 'bunker', proibindo seus jogadores de falar com a mídia nos treinos como forma de protegê-los.
O ex-técnico do Barcelona tem seus 26 jogadores à disposição e tem dúvidas sobre quem ocupará a posição de centroavante. Seu favorito, Raúl Jiménez, está com falta de ritmo após dores na virilha, o que leva a crer que a posição de 9 está entre Rogelio Funes Mori e Henry Martín.