Em Miami, Hamilton tenta se recuperar após pior início de temporada na carreira
Com carro menos competitivo, britânico já fez discurso jogando a toalha por disputa de título
Ainda há uma longa estrada pela frente — são mais 18 corridas confirmadas —, mas um fato já é incontestável após a disputa de quatro GPs. O heptacampeão Lewis Hamilton vive seu pior início de temporada desde 2009, quando ainda pilotava a McLaren. Na Mercedes desde 2013, o piloto inglês nunca havia figurado fora da disputa entre as primeiras colocações ao ponto de jogar a toalha após o GP da Emilia-Romagna, no qual terminou na 13ª posição. Neste domingo (8), em Miami, ele e a equipe esperam mostrar, ao menos, que será possível terminar o ano de forma digna. A Band transmite a partir das 16h30.
Em sétimo lugar, com 58 pontos de diferença para o líder Charles Leclerc, da Ferrari, a sentença de Hamilton resume o momento da atual octacampeã de construtores. "Estou fora da briga, com certeza. Não há nenhuma dúvida sobre isso", vaticinou o piloto após a corrida na Itália.
Até agora, Hamilton conquistou apenas 25% dos pontos em disputa — contando os pontos por volta mais rápida e a corrida sprint —, enquanto Leclerc soma 76%. Situação exatamente igual à de 2009. Naquela ocasião, o inglês, então na McLaren, tinha apenas 10 dos 40 disputados (o sistema de pontuação mudou em 2010) e estava na sétima posição. O líder Jenson Button já somava 31 (77,5%) e viria ser o campeão daquele ano pela Brawn. O heptacampeão ainda conseguiu melhorar o rendimento do carro e encerrou a temporada em quinto lugar.
Hamilton ainda acha que o carro atual tem mais potencial até o fim da temporada. Para Miami, os engenheiros prometeram algumas mudanças na tentativa de anular o máximo possível o "efeito golfinho", que faz o carro quicar em alta velocidade. Mas só em Barcelona a equipe deve apresentar as principais modificações.
Até o momento, ele já conseguiu um surpreendente terceiro lugar na primeira corrida do ano, no Bahrein, e um quarto lugar na Austrália. Mas ficou fora da zona de pontuação no último GP e teve um decepcionante 10º lugar na Arábia Saudita. Tão desacostumado a andar no pelotão intermediário, ele chegou a perguntar aos engenheiros via rádio se a 10ª posição valia ponto.
O mau momento de Hamilton se escancara ainda mais quando é feita a comparação com o novo companheiro de equipe George Russel, que está em quarto lugar, com 63 pontos atrás apenas de Leclerc e dos carros da Red Bull.
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Tanto o top 5 de Russell nas quatro primeiras corridas quanto o começo irregular de Hamilton devem ser lidos de acordo com as circunstâncias de cada GP. Acostumado, nas temporadas anteriores, a dirigir a Williams, ele agora tem em mãos o melhor carro da sua vida. Exatamente o oposto para o heptacampeão sobre quem recai a pressão e a obrigação de fazer muito mais. O pedido de desculpas de Toto Wolff, chefe da Mercedes, ao fim do último GP, resume o clima na escuderia: "Desculpa pelo que você teve que pilotar hoje. Eu sei que é indirigível. Foi uma corrida horrível. Vamos sair dessa".
Neste sábado já foi possível ver uma pequena evolução na Mercedes, e Hamilton fez seu melhor treino na temporada. Mas ainda longe dos primeiros colocados. Ele será o sexto no grid de largada do GP de Miami. A pole ficou com o líder do Mundial Charles Leclerc. Será a terceira dele no ano. O monegasco é seguido por Carlos Sainz, garantindo dobradinha da Ferrari. Max Verstappen, da Red Bull, será o terceiro.
"O último final de semana de corrida (Emilia-Romagna, há 15 dias) não foi bom, eu acabei errando. Mas eu espero me sair melhor. Acho que vai ser um desafio muito apertado. Eles (RBR) são melhores nas retas e nós nas curvas", comentou Leclerc.
Russel, por sua vez, decepcionou. O britânico fez apenas o 12º melhor tempo. Sérgio Perez (RBR) e Valtteri Bottas (Alfa Romeo) completam o top-5.