Empresa de Piqué recebeu 24 milhões de euros por levar Supercopa da Espanha à Arábia Saudita
Áudios e mensagens privadas revelam que a federação recebeu 40 milhões de euros por temporada na Arábia Saudita
A Federação Espanhola de Futebol (REEF) negociou uma comissão de 24 milhões de euros para a Kosmos, empresa de eventos esportivos presidida pelo zagueiro do Barcelona Gerard Piqué, por levar a Supercopa da Espanha à Arábia Saudita, segundo publicou nesta segunda-feira o site El Confidencial.
A publicação, que teve acesso a documentos e mensagens de áudio privadas entre Piqué e o presidente da REEF, Luis Rubiales, informa que a federação recebeu 40 milhões de euros por temporada por cada uma das seis edições organizadas na Arábia Saudita (total de 240 milhões de euros), enquanto a Kosmos receberia 4 milhões de euros por temporada (total de 24 milhões de euros). Até o momento, três edições foram disputadas no país.
"O comentário faz parte dos 'Supercopa Files', uma série de arquivos que revelam, entre outros escândalos, que Piqué teve um papel decisivo nas negociações para a realização da Supercopa na Arábia Saudita e teve ao longo desse processo um tratamento privilegiado por parte de Rubiales por motivos não esclarecidos", escreve o El Confidencial.
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Semanas antes da primeira edição da Supercopa em território saudita, em janeiro de 2020, Rubiales já havia confirmado em entrevista coletiva que a empresa participou das negociações com o país asiático e que a REEF não fez nenhum pagamento diretamente à Kosmos, evitando deste modo uma infração de seu código de ética.
Na última quinta-feira, a federação denunciou em comunicado que foi vítima de uma "ação criminal organizada e dirigida à posterior revelação de segredos mediante à distribuição de documentação confidencial com uma clara intenção espúria", acrescentando que "conversas em texto e áudio privadas de executivos da REEF, incluindo o presidente e o secretário-geral, Andreu Camps" foram subtraídas.
Em uma declaração publicada hoje pelo jornal Marca, a REEF considerou que "a informações não trazem nada de novo ao que foi publicado em 2019. Todos os números da operação foram apresentados, explicados e respaldados pela Assembleia do Futebol".
"Faz parte de uma campanha de perseguição e descrédito que já estamos acostumados", explicou um dirigente da federação, citado pelo Marca.